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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Ttécnicas, a socialização <strong>da</strong> informação nos convi<strong>da</strong> a incorporar valores e conhecimentosdissociados do universo científico, mas que dão significado e sentido a grupos sociaisheterogêneos. Trata-se <strong>de</strong> reconhecer que os conhecimentos gerados pelo ‘Outro’,embora dissociado e excluído pela racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> instrumental que caracteriza a ciênciamo<strong>de</strong>rna, mostram-se eficazes frente aos <strong>de</strong>safios subjetivos e sócio-culturais impostospela existência humana.A aplicação dos pressupostos <strong>da</strong> socialização <strong>da</strong> informação nos quadros dopatrimônio e dos museus <strong>de</strong> ciência e tecnologia requer a adoção <strong>de</strong> uma releitura radical<strong>de</strong> ambos os domínios. É necessário simultaneamente re<strong>de</strong>finir os conceitosfun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> invenção <strong>de</strong> patrimônios e examinar criticamente as funções e objetivos<strong>de</strong>ssas instituições. Os profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong>vem ter em conta que se encontraminseridos em um campo relacional – a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana - cuja trama é forma<strong>da</strong> pordiferentes racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>sejos e fluxos <strong>de</strong> conhecimento. Gerir o patrimônio e osmuseus <strong>de</strong> ciência e tecnologia sem dialogar com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo equivale arenunciar à singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> do olhar do “Outro” acreditando na ‘onipotência’ seletiva <strong>de</strong>especialistas ungidos pelas aca<strong>de</strong>mias para nos dizer o que lembrar e o que preservar.Tudo o que foi dito até aqui po<strong>de</strong> ser resumido em uma passagem <strong>de</strong> JoãoGuimarães Rosa em “Gran<strong>de</strong> Sertão: Vere<strong>da</strong>s”. A fala do jagunço Riobaldo expressacom poesia e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> aquilo que se encontra por trás do que <strong>de</strong>nominamos “sensocomum”:Sou só um sertanejo, nessas altas idéias navego mal. Sou muito pobrecoitado... Eu quase que na<strong>da</strong> não sei. Mas <strong>de</strong>sconfio <strong>de</strong> muita coisa. Osenhor conce<strong>de</strong>ndo, eu digo: para pensar longe, sou cão mestre. - osenhor solte em minha frente uma idéia ligeira, e eu rastreio essa porfundo <strong>de</strong> todos os matos, amém.BIBLIOGRAFIABRANDÃO, Carlos Rodrigues. Pesquisa participante. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1986,211 p.CHRISTOVÃO, Heloisa Tardin, BRAGA, Gil<strong>da</strong> Maria. Ciência <strong>da</strong> Informação e Sociologiado Conhecimento Científico: a intertematici<strong>da</strong><strong>de</strong> plural (Sobre "A ciência e seu público" <strong>de</strong>Léa Velho: um ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Ciência <strong>da</strong> Informação), Transinformação, v. 9, n 3, p. 33- 45, set/<strong>de</strong>z 1997.FREIRE, Paulo. Pe<strong>da</strong>gogia do oprimido. 24 ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1987. 184 p.NORA, S., MINC, A. L'informatisation <strong>de</strong> la societé. Paris: La Documentation Française,1978. 162 p.350

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