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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Ta um acervo museológico, o que permite ao historiador apenas acesso a “partes”, indíciose dificilmente ao todo.Além do que os objetos que estamos tratando passaram por três estágios cruciaisem suas trajetórias, o primeiro no contexto <strong>de</strong> seu uso, pelo Imperial Observatório, osegundo seu uso, ou <strong>de</strong>suso, pelo Observatório Nacional, e terceiro <strong>da</strong> sua incorporaçãopelo MAST. E para ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes três estágios é importante compreen<strong>de</strong>r a mu<strong>da</strong>nça<strong>de</strong> significado que o conjunto coleção-espaço-contexto adquiriu ao longo do tempo.O Imperial Observatório, criado em 1827, passou ao longo <strong>de</strong> sua existência porvários Ministérios e sofreu diversas mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> estatutos e <strong>de</strong> perfil. A historiadoraChristina Helena Barbosa que estudou a trajetória <strong>da</strong> instituição nos anos finais doImpério <strong>de</strong>monstra <strong>de</strong> que maneira a instituição, muito associa<strong>da</strong> à figura <strong>de</strong>sgasta<strong>da</strong> doImperador, era como este alvo <strong>de</strong> constantes críticas pelos oponentes do Monarca,sobretudo os chamados politécnicos, que não enxergavam na instituição nenhuma“utili<strong>da</strong><strong>de</strong> prática”, e com isso parecia não ter o Observatório lugar na nova or<strong>de</strong>m queestava para se estabelecer com a República (BARBOZA, 1994).Os instrumentos participavam <strong>de</strong>sta controversa história <strong>da</strong> instituição e sofriamas conseqüências, tanto assim que com a proclamação <strong>da</strong> República a trajetória <strong>da</strong>instituição - que naquele momento <strong>de</strong>senvolvia um projeto <strong>de</strong> confeccionar um mapacompleto <strong>da</strong> abóba<strong>da</strong> celeste - foi interrompi<strong>da</strong>, e a idéia <strong>de</strong> utilizar uma técnicaexperimental, a fotografia, foi engaveta<strong>da</strong> e o instrumento <strong>de</strong> ponta adquirido para estefim, uma equatorial fotográfica, não chegou sequer a ser monta<strong>da</strong> (BRASIL, 1891). É acomprovação do impacto dos diferentes contextos, no caso o político, na trajetória <strong>de</strong> umobjeto.--------------------------------- § ---------------------------------Des<strong>de</strong> a reforma <strong>de</strong> 1772, na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra, o programa <strong>de</strong> CiênciasNaturais passou a ser dividido em três matérias: a primeira era História Natural, que <strong>da</strong>va“uma idéia <strong>da</strong> natureza, e constituição do mundo em geral, e do Globo terrestre emparticular, limitando-se aos objetos mais vizinhos ao Homem, e mais necessários ao uso<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>”. A segun<strong>da</strong> era a física experimental que ganhava um Gabinete paraexperiências, on<strong>de</strong> “se <strong>de</strong>monstrariam ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s” mediante a manipulação <strong>de</strong>instrumentos, aparelhos e máquinas e este estudo <strong>da</strong>s ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s exigiu uma novametodologia que privilegiava a ação.159

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