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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tgrupos tradicionalmente marginalizados. A pesquisa <strong>de</strong> caráter participante preten<strong>de</strong>-se,ain<strong>da</strong>, como um canal <strong>de</strong> diálogo entre a ciência e as experiências culturais popularesque po<strong>de</strong>m resultar em solo fecundo para possíveis rupturas em ambos os horizontes.Tal como apresenta<strong>da</strong> nos parágrafos anteriores, a socialização <strong>da</strong> informaçãocomo especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Ciência <strong>da</strong> Informação, evi<strong>de</strong>ncia suas dimensões política ei<strong>de</strong>ológica. Tais dimensões, presentes também na ciência pratica<strong>da</strong> na aca<strong>de</strong>mia, nãoinvali<strong>da</strong>m sua proposta <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um processo info-comunicativo no qualemissores e receptores são posições horizontalmente intercambiáveis e voltados para<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s coletivas.A Socialização <strong>da</strong> Informação alinhou-se em seus primórdios ao universo <strong>de</strong>autores inspirados nas obras <strong>de</strong> Karl Marx a fim <strong>de</strong> prover um solo essencialmentevoltado ao diálogo, a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e à autonomia. Suas premissas essenciais eram, epermanecem sendo, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> teorias e ações que dialoguem e questionemtodo tipo <strong>de</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e discurso com pretensões <strong>de</strong> ‘ver<strong>da</strong><strong>de</strong> universalizante’.Intenta-se que as operações no interior do social nas quais se encontrem envolvidosprocedimentos <strong>de</strong> transferência <strong>da</strong> informação ocorram sem os elementos coercitivos econvencionais estipulados em normas, convenções e mo<strong>de</strong>los que privilegiam eendossam a hegemonia <strong>de</strong> visões <strong>de</strong> mundo e grupos sociais dominantes.Nesse sentido, a socialização <strong>da</strong> informação não procura somente <strong>de</strong>stacar oselementos formais <strong>da</strong> diferença, mas propor interlocuções e conexões nos quaisdiferentes saberes e práticas possam convergir para a construção <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates e solução<strong>de</strong> problemas sem per<strong>de</strong>r suas características distintivas. Prevaleceriam modos <strong>de</strong>organização integradores nos quais emissores e receptores <strong>da</strong> informação trocariampermanentemente <strong>de</strong> pólo buscando incluir as variáveis que compõem os diversossaberes oci<strong>de</strong>ntais e não-oci<strong>de</strong>ntais <strong>de</strong> maneira a ampliar direitos, regras e limites nasrelações dos agentes com o mundo natural e social.Os conceitos e hipóteses apresentados no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> socialização <strong>da</strong>informação possuem efetivamente contornos utópicos que transparecem em sua ambição<strong>de</strong> eliminar ou, pelo menos, reduzir o caráter conflitivo inerente às socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas.Por outro lado, contudo, apresenta-se como um eficaz instrumento <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong>modos narrativos que auxiliam na eluci<strong>da</strong>ção e <strong>de</strong>núncia dos interesses políticos,i<strong>de</strong>ológicos e econômicos que se encontram camuflados nos diferentes conceitos,hipóteses e produtos elaborados no mundo oci<strong>de</strong>ntal contemporâneo. Ao propor ainvenção <strong>de</strong> dispositivos que incentivem e apóiem a aliança e a conjugação <strong>de</strong> saberes e349

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