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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tpara a área <strong>de</strong> pesquisa nos últimos anos, tivemos oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> observar ocrescimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> social pela objetivação <strong>da</strong> memória coletiva local namedi<strong>da</strong> mesma <strong>de</strong> uma forte <strong>de</strong>sindustrialização na área 2 . Trata-se do estudo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>social dos trabalhadores têxteis e suas famílias que foram reunidos para o trabalho nasfábricas <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Tecidos Paulista, em Pernambuco, que era a maior <strong>de</strong> muitasoutras fábricas no interior e no entorno <strong>de</strong> Recife. A peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta companhia era ofato <strong>de</strong> possuir gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> terra ao norte <strong>de</strong> Recife, tendo formado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> osanos 30 um município em que, além <strong>da</strong>s fábricas, tinha o monopólio <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>territorial. Este caso-limite <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial, com suas vicissitu<strong>de</strong>s históricas ao longodo século XX, e com uma população resi<strong>de</strong>nte que sobreviveu no local após ofechamento <strong>da</strong> fábrica e é testemunha <strong>de</strong> uma história pela qual os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>família patronal <strong>de</strong>monstram total ausência <strong>de</strong> preservação mínima, po<strong>de</strong> serinteressante para se pensar a relação entre a riqueza <strong>da</strong> expressão oral <strong>de</strong> uma históriaincorpora<strong>da</strong> em <strong>de</strong>saparecimento e os obstáculos e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em torná-la objetiva<strong>da</strong>para as novas gerações locais e para um público mais amplo.Apesar <strong>da</strong>s transformações <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que aparece diversifica<strong>da</strong> em termoseconômicos e sociais, tendo quadruplicado sua população entre os anos 70 e o fim dosanos 2000, em que as antigas instalações fabris <strong>da</strong> CTP aparecem como ruínas, ain<strong>da</strong>assim to<strong>da</strong> a sua história está liga<strong>da</strong> às suas relações com aquela empresa industrial.Nestes últimos trinta anos a Companhia <strong>de</strong> Tecidos Paulista havia intensificado a ven<strong>da</strong><strong>de</strong> muitas <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que até os anos 60 ocupavam a quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>sterras do município.Quando fomos pela primeira vez a Paulista, em 1976, algumas <strong>de</strong>stastransferências <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> já haviam sido efetua<strong>da</strong>s. Entre 1966 e o fim dos anos <strong>de</strong>1970, a maior parte <strong>da</strong>s casas <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> vila operária <strong>da</strong> CTP, que constituíam as áreasedifica<strong>da</strong>s no centro do município, havia sido adquiri<strong>da</strong> pelos seus operários estáveiscomo parte <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizações trabalhistas, fazendo <strong>de</strong> seus ex-operários proprietários <strong>da</strong>scasas on<strong>de</strong> moravam. Uma ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> terras concomitante, para a criação <strong>de</strong> um distritoindustrial numa área antes periférica do município, já então corta<strong>da</strong> pela estra<strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ralBR-101, acabou com o monopólio industrial que fez surgir e <strong>de</strong>senvolver a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> atéentão, propiciando o estabelecimento <strong>de</strong> diversas novas fábricas, em geral filiais <strong>de</strong>fábricas do sul do país.2 Estas pesquisas anteriores foram feitas nesta locali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 1976 e 1983, tendo resultado em váriaspublicações conjuntas e em separado, e, em particular, dois livros e um documentário <strong>de</strong> 70 min.: Alvim(1997) e Leite Lopes (1988); e Leite Lopes, Brandão e Alvim; (Tecido Memória, 2008).233

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