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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tmovimentos sociais locais que tinham confiança nos pesquisadores num período <strong>de</strong><strong>de</strong>sconfiança e medo diante do clima repressivo do regime militar; agora, podia-se teracesso a uma gama mais diferencia<strong>da</strong> <strong>de</strong> grupos e re<strong>de</strong>s sociais locais. Além dos efeitos<strong>da</strong> re<strong>de</strong>mocratização do país, o momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> traços materiaissignificativos do passado acaba propiciando a reunião <strong>de</strong> grupos sociais que antespertenciam a lugares diferentes do espaço social local.A ca<strong>da</strong> entrevista feita no sindicato e em várias visitas feitas a antigospesquisados, mais que a transmissão <strong>de</strong> informações aos pesquisadores, manifestava-sea solicitação <strong>de</strong> um auxílio <strong>de</strong> nossa parte para documentar a história que se sentia estarsendo perdi<strong>da</strong> com o fim <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>queles que <strong>de</strong>la foram testemunhas diretas. Algunssindicalistas haviam documentado fotograficamente a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> um dos arruados <strong>de</strong>casas <strong>da</strong> vila para a construção <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> PE-15, assim como haviam guiado umajornalista para a realização <strong>de</strong> várias entrevistas filma<strong>da</strong>s para a produção <strong>de</strong> umareportagem, entrevistas estas <strong>de</strong> que não dispunham (a não ser uma cópia edita<strong>da</strong>, comas entrevistas muito resumi<strong>da</strong>s).Essa <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por uma memória sensorial (sobretudo visual, mas tambémauditiva) nos fez digitalizar e apresentar as fotos tira<strong>da</strong>s por nós na locali<strong>da</strong><strong>de</strong> em 1977,para compará-las com fotos recentes <strong>de</strong>notando as transformações aparentes entre osdois períodos; o que suscitou em segui<strong>da</strong> um levantamento <strong>de</strong> arquivos fotográficosprivados <strong>de</strong> moradores locais e <strong>de</strong> seus her<strong>de</strong>iros, assim como <strong>de</strong> ex-moradores <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E, finalmente, a nova interação com re<strong>de</strong>s pesquisa<strong>da</strong>s, advin<strong>da</strong> não somente <strong>da</strong>busca <strong>de</strong> fotos, documentos e escritos privados (ou institucionais como os do sindicatodos tecelões ou os <strong>da</strong> prefeitura), mas também <strong>da</strong> organização <strong>da</strong>s condições para afeitura <strong>de</strong> um filme documentário, nos fez ter acesso a novos documentos e pontos <strong>de</strong>vista sobre o passado a que não tivemos acesso em nossos períodos <strong>de</strong> campo entre1976 e 1983. Assim, mesmo na volta a antigos pesquisados e entrevistados, on<strong>de</strong> tudosobre o passado já havia aparentemente sido dito; a presença <strong>de</strong> novos instrumentos <strong>de</strong>coleta, mesmo que no nível mínimo do aparato <strong>de</strong> filmagem -- como as pouco volumosascâmeras digitais, tripés e microfones <strong>de</strong> lapela – autorizam, pela introdução dodocumentarista profissional 4 e pelo publico virtual entrevisto por efeito <strong>da</strong> presença dosaparelhos (<strong>de</strong> filmar, <strong>de</strong> gravar e <strong>de</strong> fotografar), a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a temas jáconhecidos pelos pesquisadores e que se tornaram naturalizados por ambos os lados. E4 Trata-se do cineasta documentarista Celso Brandão (<strong>da</strong> UFAL) que, tendo conosco trabalhado por ocasião<strong>de</strong> seu filme “Memórias <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> e do Trabalho”, sobre as fabricas têxteis alagoanas e suas vilas operárias em1986, dispôs-se a documentar visualmente uma série <strong>de</strong> antigos e novos pesquisados <strong>de</strong>ntre ex-operáriostêxteis <strong>de</strong> Paulista e outros municípios pernambucanos.236

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