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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tpossível manter um nível <strong>de</strong> produção que possibilitava à empresa funcionar em todos ossetores, garantindo, senão um crescimento, ao menos uma relativa estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, queescondia, <strong>de</strong> fato, os processos conflituosos nos quais se <strong>de</strong>senvolvia a administração doúltimo Rheingantz. O período entre 1950 e 1970 foi marcado pelo avanço em direção aofechamento, a conclusão <strong>de</strong> um ciclo na história <strong>da</strong> empresa, o fim <strong>da</strong> era Rheingantz. Aempresa, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1970 passou a ser controla<strong>da</strong> por outro grupo empresarialpelotense, foi sistematicamente operando em condições que eram ca<strong>da</strong> vez mais<strong>de</strong>sfavoráveis, não tendo conseguido superar os problemas estruturais causados porocasião <strong>da</strong> falência <strong>da</strong> firma Rheingantz, em 1968.Mergulha<strong>da</strong> em dívi<strong>da</strong>s e sentenças judiciais, a INCA têxtil, nome pelo qual foiregistra<strong>da</strong> essa empresa adquiri<strong>da</strong> pelo Grupo Lorea, se manteve funcionandoparcialmente até o final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980. Dos anos 1990 em diante, face aoagravamento <strong>da</strong>s condições financeiras <strong>da</strong> fábrica e <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investir namanutenção básica dos prédios que compõem o complexo fabril, a INCA foi sendoabandona<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> dia, o que ficava <strong>de</strong>monstrado tanto pela situação <strong>de</strong>comprometimento estrutural do edifício, como pelo <strong>de</strong>sânimo e fim <strong>da</strong>s expectativas <strong>de</strong>retorno aos velhos tempos, sentimento que, vivenciado coletivamente por aqueles queain<strong>da</strong> freqüentavam a Rheingantz, parecia mantê-la ain<strong>da</strong> viva.No período em que foi inicia<strong>da</strong> a pesquisa na fábrica, em 1998 (pesquisa <strong>de</strong>doutoramento na PUCRS) a situação já era dramática no que se refere ao conjuntoarquitetônico Rheingantz como um todo (FERREIRA,2002). Dentro <strong>da</strong> fábrica váriospavilhões estavam praticamente em ruínas, sem cobertura no telhado, <strong>de</strong>ixando expostasmáquinas <strong>de</strong> todos os tipos e tamanhos. Nos setores mais vinculados ao planoadministrativo, como os escritórios, a situação não era menos grave, pois, <strong>de</strong>vido a nãoser injetado mais nenhum recurso em melhorias básicas, umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, insetos e roedores setornaram os maiores agentes <strong>da</strong> <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção. Depre<strong>da</strong>ção, aliás, que já era, naquelemomento, parte <strong>da</strong> rotina <strong>da</strong> fábrica, constata<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> manhã pelo ex-funcionário queocupava a função <strong>de</strong> vigia: <strong>de</strong> pe<strong>da</strong>ços que eram roubados <strong>da</strong> gra<strong>de</strong> em ferro quecircun<strong>da</strong>va o jardim <strong>da</strong> Fiação, <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> cobre retirados dos postes <strong>de</strong> luz, até canos,telhas, enfim, uma <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção contínua, feita, conforme afirmavam os ex-funcionáriosque ali permaneciam, por ex-operários <strong>da</strong> empresa Inca, revoltados com o nãopagamento <strong>de</strong> causas trabalhistas já ganhas. A tentativa <strong>da</strong> empresa <strong>de</strong> tomar as casasocupa<strong>da</strong>s por ex-funcionários gerava também sentimentos <strong>de</strong> revolta e a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> comque aceitavam falar e ser entrevistados, em muitos casos pareceu estar associa<strong>da</strong> aalguma estratégia <strong>de</strong> <strong>da</strong>r visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos problemas do grupo.No contexto <strong>de</strong>ssas198

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