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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&TAo longo dos quase duzentos anos em que a região teve o arraial como se<strong>de</strong>,essas duas áreas foram ocupa<strong>da</strong>s por proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais que também produziamgêneros <strong>de</strong> consumo, só que voltados para abastecer a região <strong>da</strong> mineração. Eramproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais <strong>de</strong> porte médio, volta<strong>da</strong>s para a produção em bases escravistas.Uma <strong>de</strong>ssas fazen<strong>da</strong>s nos interessa em particular: a Fazen<strong>da</strong> do Leitão. Esseestabelecimento foi o único <strong>de</strong>ntre as inúmeras fazen<strong>da</strong>s <strong>da</strong> região <strong>de</strong> que restou algumvestígio. Por motivos não muito bem esclarecidos (e que não são propriamenteimportantes, no momento), a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> escapou <strong>da</strong> <strong>de</strong>molição, em 1894. O queimporta é que a construção sobreviveu e, mais do que isso, sobreviveu para serenvolvi<strong>da</strong> pela expansão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a partir dos anos 1930. Em 1941, a mo<strong>de</strong>staconstrução tornou-se se<strong>de</strong> do então <strong>Museu</strong> Histórico <strong>de</strong> Belo Horizonte, instituição quepretendia guar<strong>da</strong>r o passado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> – passado que era i<strong>de</strong>ntificado com a pequenavila <strong>de</strong>sapareci<strong>da</strong>.A edificação estava, na época, em ruínas. Restaura<strong>da</strong> para a nova função, foifestivamente inaugura<strong>da</strong> em 1943, tornando-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, um dos marcos urbanos.Não é o objetivo, aqui, examinar a trajetória do museu, reinaugurado pelo menos trêsvezes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. O fato é que, embora a edificação tenha sido examina<strong>da</strong> emprofundi<strong>da</strong><strong>de</strong> algumas vezes (cf. PEDERZOLI, 2003, p.17-29; BITTENCOURT, 2004,p.35-56), a Fazen<strong>da</strong> do Leitão não mereceu atenção e muito menos seus aspectosprodutivos e tecnológicos. Entre 1894, quando foi <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong> pela família doproprietário, e 1941, época em que recebeu nova função, existem poucas informaçõessobre a trajetória <strong>da</strong> edificação; entre 1943, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> abertura do museu e nossos dias,tem sido frisado o aspecto patrimonial: a edificação foi tomba<strong>da</strong> pela Diretoria doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1951 2 . Des<strong>de</strong> então, é i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> com ahistória <strong>de</strong> Belo Horizonte.O caráter <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> do Leitão como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva nunca chegou a serobjeto <strong>de</strong> interesse, embora exista documentação sobre o assunto, inclusive uma gran<strong>de</strong>2 O Casarão foi inscrito no Livro <strong>de</strong> Tombo Histórico, tendo sido o registro executado por Carlos Drummond<strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, então chefe <strong>da</strong> Seção <strong>de</strong> História <strong>da</strong> DPHAN. A relação do museu com o Patrimônio Histórico eArtístico Nacional já vinha, entretanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1941, quando o processo <strong>de</strong> restauração <strong>da</strong> edificação foiconduzido e financiado pelo órgão (cf. CALDEIRA, 2003, p.41-42). A relação entre os órgãos nem foitranqüila. O “Serviço” (como era, então, conhecido a DPHAN), impôs um partido <strong>de</strong> restauração queprivilegiava aspectos construtivos em <strong>de</strong>trimento dos museológicos, e tentou interferir inclusive no projetomuseológico apresentado pelo organizador <strong>da</strong> instituição (cf. BITTENCOURT, 2004, p.40-48).215

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