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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&TOs objetos <strong>de</strong> coleção, como elementos <strong>da</strong> cultura material po<strong>de</strong>m ser entendidosenquanto suportes <strong>da</strong> memória coletiva e <strong>da</strong>s fontes <strong>da</strong> historia e são <strong>de</strong>nominadossemióforos.Segundo Pomian (1985, p.95), semióforos são objetos que não têm utili<strong>da</strong><strong>de</strong>,“mas que representam o invisível, são dotados <strong>de</strong> um significado, não sendomanipulados, mas expostos ao olhar”. O valor dos objetos <strong>de</strong> coleção resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong>serem não objetos úteis, mas sim por serem “carregados <strong>de</strong> significado”. Sãoconsi<strong>de</strong>rados preciosos, pois representam o invisível e promoverem um intercambio queune o mundo visível e o invisível, que po<strong>de</strong> se tornar sagrado, <strong>de</strong> outros tempos. Maspara que tenham esse papel precisam ser expostos ao olhar.Os semióforos, ao longo <strong>de</strong> sua história constituem coleções que têm distintossignificados do invisível, do sagrado ao profano. É preciso <strong>de</strong>stacar que com o início <strong>da</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna os objetos não são recolhidos por seu valor <strong>de</strong> uso, mas por causa <strong>de</strong>seus significados, como representantes do invisível: outros climas, socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes,paises exóticos. Estes objetos, paulatinamente irão se tornar objetos <strong>de</strong> estudo.Para nós, neste trabalho, interessa <strong>de</strong>stacar outra categoria <strong>de</strong> semióforos, cita<strong>da</strong>por Pomian, surgi<strong>da</strong> após o século XVII e que, além disso, fornecerá peças <strong>de</strong> coleção:os instrumentos científicos. Para Pomian,(...) estes proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> no que respeita aoinvisível <strong>de</strong> que se tenta restringir os limites na natureza, forjando, parao referir, uma nova linguagem: a <strong>da</strong> teoria matemática, que, a partir<strong>da</strong>quilo que se vê, <strong>de</strong>ve permitir chegar a conclusões infalíveis sobre oque não se po<strong>de</strong> ver. Também neste caso, há um novo grupo social quese forma, o dos cientistas. (1985, p. 98).As coleções forma<strong>da</strong>s por objetos <strong>de</strong>sse grupo social - os cientistas - é queestarão sob a guar<strong>da</strong> dos museus <strong>de</strong> ciência e tecnologia e se constituem em culturamaterial <strong>da</strong>s ciências.A cultura material <strong>da</strong>s ciências surge, nos anos <strong>de</strong> 1980 (GRANATO; SANTOS;LACERDA; 2007) em um contexto <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> novos temas <strong>de</strong> estudo, conseqüência<strong>da</strong>s fortes críticas à negligência, por parte <strong>de</strong> historiadores <strong>da</strong> ciência, <strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong>experimentação e dos objetos <strong>de</strong> ciência para o <strong>de</strong>senvolvimento científico. Segundoesses autores:332

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