13.07.2015 Views

Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tmenor. Até a meta<strong>de</strong> do século XVIII, pelo menos na França, são as me<strong>da</strong>illes, isto é, asmoe<strong>da</strong>s antigas, as peças <strong>de</strong> coleção por excelência. É a partir <strong>de</strong>sta <strong>da</strong>ta que estaspeças serão suplanta<strong>da</strong>s pelos objetos <strong>de</strong> história natural.Sobre esta nova forma <strong>de</strong> ver o mundo natural, Foucault (1992, p. 145) afirmaque, do “primeiro olhar minucioso” sobre as coisas, <strong>de</strong> suas “<strong>de</strong>scrições neutras e fiéis”,os estudiosos começaram a <strong>de</strong>purar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a separar a observação <strong>da</strong> fábula, e<strong>de</strong>ssa purificação constitui-se a primeira forma <strong>de</strong> história, a história <strong>da</strong> natureza. Osdocumentos <strong>de</strong>sta nova história, ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com a visão crítica <strong>de</strong> Foucault, são osespaços on<strong>de</strong> as coisas e os seres, nesse momento, colocavam-se objetivamente umasao lado <strong>da</strong>s outras, agrupa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com seus traços comuns, uma vez jáanalisa<strong>da</strong>s e cataloga<strong>da</strong>s com seus nomes próprios. Os resultados <strong>de</strong>sta nova or<strong>de</strong>m sãoos herbários, as coleções, os jardins e os museus.Dentro <strong>de</strong>ste universo, os gabinetes <strong>de</strong> curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s são consi<strong>de</strong>rados os marcosfun<strong>da</strong>mentais do que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>nominar como processo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>ste novomo<strong>de</strong>lo, que, ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX, apresentaram alguns dos aspectosbásicos do perfil dos museus, que se mantiveram até os nossos dias (LOPES, 1995, p.12).Antes mesmo <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s <strong>de</strong> História Natural no século XVIII, 2 ascoleções <strong>de</strong> história natural, reuni<strong>da</strong>s em gabinetes <strong>de</strong> curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s particulares, já eramestu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s, cataloga<strong>da</strong>s e arranja<strong>da</strong>s sistematicamente. Foi através doestudo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas coleções, a <strong>da</strong> rainha <strong>da</strong> Dinamarca, que o médico e botânicosueco Carolus Linnaeus criou o sistema internacional <strong>de</strong> nomenclatura zoológica,adotado na 10 a edição do Systema Naturae 3 por todos os estudiosos <strong>da</strong> natureza. Sabese<strong>da</strong> importância metodológica que assumiram esses espaços e essas distribuiçõesnaturais para a classificação, nos fins do século XVIII. Os gabinetes e jardins <strong>de</strong> HistóriaNatural <strong>de</strong>ssa época passaram a substituir seus antigos mostruários por exposiçõescataloga<strong>da</strong>s, que se tornaram um modo <strong>de</strong> introduzir, na linguagem sobre o mundo, umanova maneira <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação (Foucault, 1992, p. 145). De acordo com Kury e Camenietzki2 Britsh <strong>Museu</strong>m – 1753; Muséum d’Historie Naturelle – 1793, <strong>Museu</strong> <strong>de</strong> História Natural <strong>de</strong> Coimbra – 1772.3 Nessa edição, <strong>de</strong>screvia 4.236 espécies <strong>de</strong> animais, distribuídos em seis classes (Mammalia, Aves,Amphibia, Pisces, Insecta e Vermes), 34 or<strong>de</strong>ns e 312 gêneros. Da Região Neotropical, incluiu apenas umaspoucas espécies, sendo as brasileiras principalmente extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Historia naturalis Brasiliae <strong>de</strong> Marcgrave ePiso. A falta <strong>de</strong> informações sobre a fauna e a flora brasileiras se <strong>de</strong>via principalmente à política <strong>de</strong> segredomanti<strong>da</strong> por Portugal, que impedia a disseminação <strong>de</strong> qualquer notícia sobre suas colônias. Papavero &Overal, 2003. A Historia Natural no Tempo <strong>de</strong> Landi. Capturado em 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2006. Disponível on-linena fonte: http://www.landi.inf.br/anais/A%20Historia%20Natural%20no%20tempo%20<strong>de</strong>%20Landi.doc.285

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!