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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&To tipo <strong>de</strong> museu ao qual nos estamos referindo. Nesse sentido, Knauss (2003) consi<strong>de</strong>raque é possível, por meio <strong>da</strong> discussão <strong>da</strong> lógica <strong>de</strong> exposição, por exemplo, aproximar ahistoria dos museus e a história <strong>da</strong>s coleções (objetos), principalmente quando estamostomando como referência os museus <strong>de</strong> história e <strong>de</strong> história natural, oriundos <strong>da</strong>tradição enciclopedista que alia museu, coleção e conhecimento.Particularmente, é importante ressaltar que a lógica <strong>de</strong> exposição começa a serrevista quando, no século XVII, os museus são abertos ao gran<strong>de</strong> público — abertos àobservação <strong>de</strong> qualquer pessoa —, e as suas coleções, antes organiza<strong>da</strong>s em função<strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> pesquisa, dos pesquisadores e dos artistas, começam ser li<strong>da</strong>s poresse público. Nesse momento, a exposição pública <strong>de</strong> coleções adquire caráter educativoe <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> conhecimento <strong>da</strong> população, reafirmando a perspectivaenciclopedista.Ao final do século XIX, a maneira <strong>de</strong> expor passou a ser sublinha<strong>da</strong>pela separação entre o conteúdo <strong>da</strong>s coleções científicas dos museus esua apresentação pública, com a organização <strong>de</strong> exposições temáticas<strong>de</strong> caráter didático. As coleções não ficavam mais expostas àexaustão, uma vez que o momento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ciênciasimpunha a seleção dos objetos para apresentações temáticas. Ai<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> entre museu e exposição se <strong>de</strong>sfaz, embora a forma <strong>da</strong>sexposições acompanhasse sem problema as novas concepçõescientíficas. Um exemplo era a Galeria <strong>de</strong> Paleontologia do <strong>Museu</strong> <strong>de</strong>História Natural <strong>de</strong> Paris, que optou por uma apresentação em que osfósseis não eram mais mostrados em função <strong>da</strong> classificaçãosistemática, mas <strong>da</strong>s eras a que pertenciam, oferecendo ao visitante “aca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> natureza” numa linha evolutiva. Orientados por esse museu,também no Brasil, os museus nacionais foram marca<strong>da</strong>mente ligadosaos padrões biológicos <strong>de</strong> investigação e mo<strong>de</strong>los evolucionistas <strong>de</strong>análise.(VALENTE, 2003, p. 35)Orientar a exposição <strong>de</strong> coleções pauta<strong>da</strong> no paradigma hegemônico <strong>da</strong> área <strong>de</strong>conhecimento do museu significou “a retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> função científica e patrimonial domuseu e permitiu que se enriquecesse a análise <strong>de</strong>sse fenômeno que leva a uma visãocontemporânea <strong>de</strong> museu: instituição <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong>s produções <strong>da</strong> natureza e doespírito humano (para usar as expressões fun<strong>da</strong>doras dos museus do século XVIII) elocal <strong>de</strong> comunicação cultural com um público ampliado, atuando sobre os registros dosaber e <strong>da</strong> fruição (para usar as expressões atuais do ICOM)” (Van-Praet, 2003, p. 23). Oenfoque nos processos e não nos objetos é uma característica dos museus <strong>de</strong> ciênciasnaturais do século XIX, mas não ficou restrito a estes, pois tal procedimento <strong>de</strong>finiu umaperspectiva <strong>de</strong> pensamento que norteou muitas ações, inclusive as educativas.340

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