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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&TA temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> guarani integra, assim, o conjunto <strong>de</strong> narrativas que compõe oseu discurso fun<strong>da</strong>dor. Enten<strong>da</strong>-se por discurso fun<strong>da</strong>dor aquele que funciona em umespaço <strong>de</strong> interdiscursivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira que “tudo o que é dito, tudo o que é expressopor um falante, por um enunciador, não pertence só a ele. Em todo discurso sãopercebi<strong>da</strong>s vozes, às vezes infinitamente distantes, anônimas, quase impessoais, quaseimperceptíveis, assim como as vozes próximas que ecoam simultaneamente no momento<strong>da</strong> fala” (BAKHTIN, citado por BRAIT, 1999: 14). E, <strong>da</strong> mesma forma que a linguagem, atemporali<strong>da</strong><strong>de</strong>, em qualquer <strong>de</strong> suas acepções, funciona e significa enquanto inscrição nahistória. E, como tal, instaura-se como patrimônio cultural e intangível, sujeita ao valorque lhe é culturalmente atribuído e, em suma, irredutível às taxonomias e à fixação nasmemórias (sejam legais, sejam metálicas).EM BUSCA DA INTANGIBILIDADE PATRIMONIALIZÁVEL: UMA DISCUSSÃOPRELIMINARDe volta à questão patrimônio cultural/preservação, é importante retomar uma<strong>de</strong>finição operacional segundo a qual <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado patrimônio cultural tudoaquilo que se refere aos aspectos e feitos essenciais <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana, que sãoportadores <strong>de</strong> referências à i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e à memória <strong>de</strong> grupos formadores <strong>de</strong> umasocie<strong>da</strong><strong>de</strong> e, portanto, aqueles que representam, valorizam, difun<strong>de</strong>m e preservam adiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> uma nação. Em outros termos, po<strong>de</strong>-se classificar comopatrimônio cultural aquele que tem e produz ressonância histórico-cultural (GONÇALVES,2007). Assim, todo patrimônio se configura em um jogo simbólico, <strong>de</strong>terminado no tempoe no espaço, em um permanente entrelaçamento entre sujeitos (individuais e/oucoletivos), suas formações (culturais, discursivas e suas condições materiais <strong>de</strong>existência), em consonância com a processuali<strong>da</strong><strong>de</strong> do fluxo histórico, pelo qual um<strong>de</strong>terminado objeto ou traço cultural em um <strong>da</strong>do momento/recorte histórico é consignadocomo patrimônio. Esta processuali<strong>da</strong><strong>de</strong> histórico-social inscreve-se igualmente emdiversos procedimentos discursivos, a partir dos quais é possível <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r asformações histórico-i<strong>de</strong>ológicas <strong>da</strong>s políticas e ações patrimonializantes.Ao se pensar em preservação - tombamento, patrimonialização (ver LANDIM,2007) -, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pensar no papel <strong>de</strong>terminante que o duoimaginário/simbólico exerce na constituição mesmo <strong>da</strong> noção/valor <strong>de</strong> patrimônio, vistoque a memória <strong>de</strong>sempenha um papel instituinte na construção dos sujeitos e do369

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