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Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia - Museu de ...

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<strong>Cultura</strong> <strong>Material</strong> e Patrimônio <strong>de</strong> C&Tor<strong>de</strong>m <strong>da</strong> língua enquanto sistema significante material intrinsecamente liga<strong>da</strong> à or<strong>de</strong>m<strong>da</strong> história, como materiali<strong>da</strong><strong>de</strong> simbólica.A <strong>de</strong>speito <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s teóricas e práticas inerentes às práticas <strong>de</strong>salvaguar<strong>da</strong> e preservação <strong>de</strong> sistemas linguísticos, grupos <strong>de</strong> lingüistas têm-se<strong>de</strong>dicado a essa tarefa ao redor do mundo. Somando-se ao esforço dos linguistas,instituições transnacionais também <strong>de</strong>senvolvem projetos <strong>de</strong> salvamento linguístico,como, por exemplo, o programa <strong>da</strong> UNESCO chamado “Programa <strong>de</strong> Salvaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong>sLínguas Ameaça<strong>da</strong>s”, bem como os reiterados programas e ações visando evitar a morte<strong>de</strong> línguas indígenas no Brasil, do que o workshop “Línguas Indígenas Ameaça<strong>da</strong>s:Estratégias <strong>de</strong> Preservação e Revitalização” que, conforme noticia o Jornal <strong>da</strong> Ciência(2007) que é promovido pelo Laboratório <strong>de</strong> Línguas Indígenas <strong>da</strong> UnB e que se realizounos dias 4 e 5 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>ste ano, é um excelente exemplo, assim como também o é o“Programa <strong>de</strong> Documentação <strong>de</strong> Línguas Ameaça<strong>da</strong>s no Brasil”, <strong>de</strong>senvolvido pela Funaie que conta com apoio, por meio <strong>de</strong> convênio, do Instituto Max Planck <strong>da</strong> Holan<strong>da</strong>. OInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN também <strong>de</strong>senvolve umprojeto que visa reconhecer as línguas falantes no território brasileiro como patrimônioimaterial nacional.Em geral, as formas <strong>de</strong> salvaguar<strong>da</strong>r uma língua incluem documentá-las antesque se extingam, salvando seu conhecimento para os especialistas, com o fito <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver estratégias <strong>de</strong> transmissão transgeracional (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que falantes nessascondições). Esses projetos estão estratégica e enfaticamente centrados nadocumentação, isto é, a formação <strong>de</strong> coleções <strong>de</strong> materiais lingüísticos e culturais,compostas <strong>de</strong> textos representativos, gravações <strong>de</strong> áudio e ví<strong>de</strong>o contento amostras <strong>de</strong>léxico, do sistema <strong>de</strong> sons, do sistema morfológico, <strong>de</strong> gramática. De modo que nosdiscurso dos lingüistas — e por que não no discurso salvacionista em geral? —, salvaruma língua significa acima <strong>de</strong> tudo registrá-la e arquivá-la em bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos para finscientíficos 2 .A língua é, pois, um espaço <strong>de</strong> significância para o qual contribuem diversoscomponentes <strong>da</strong> formação sócio-histórica <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e, ao mesmo tempo, é oque permite revelar, transmitir, tornar perceptível e interpretável esses setores. De modo2 Esse discurso salvacionista, no campo científico, não se diferencia, em sua formação histórico-i<strong>de</strong>ológica,<strong>de</strong> outros discursos, projetos e campanhas <strong>de</strong> salvamento <strong>de</strong> espécies ou ecossistemas em perigo <strong>de</strong>extinção, ameaçados pelo aquecimento global ou por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas pre<strong>da</strong>tórias.362

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