1 centro universitário senac - sp luiz augusto grando padilha ...

inicio um longo caminho – que ainda não terminou – de mudança do enfoque para a
Saúde do Trabalhador, por meio dos modelos de analise dos processos do trabalho,
como de Laurell e Noriega (1989) ganhando corpo a teoria da determinação social,
cargas laborais e padrões de desgaste.
Dessa trajetória, da Medicina do Trabalho à Saúde do trabalhador, e suas
inter-relações, foi objeto de estudo de vários autores, entre os quais destacamos
Laurel e Noriega (1989), Mendes & Dias (1991) e Mendes (1995). A intensificação
do trabalho através do incremento de tecnologias e sua relação com o adoecer,
apresentados até o momento, tiveram lugar em todos os países. Alguns países
iniciaram seu processo de industrialização tardia, quase um século após sua
efetivação nos países desenvolvidos, como o caso do Brasil. A associação trabalho
e saúde-doença no Brasil, em função do seu histórico de utilização de mão-de-obra
escrava até 1889 e industrialização tardia, iniciaram-se somente no final do século
XIX. Isso se deu logo após o primeiro surto industrial do país. Este momento, de vital
importância para o desenvolvimento do Brasil e dos demais países “em
desenvolvimento” guarda semelhanças com os problemas enfrentados por outros
países no início da Revolução Industrial, no que se refere à precariedade de
condições de trabalho e extensão da jornada, entre outros.
Os vários momentos de avanços e retrocessos no que se refere à saúde do
trabalhador e à melhoria das condições de trabalho (LUCCA e FÁVERO, 1994)
podem ser verificados no conflito de interesses entre as organizações e os
trabalhadores. Nas três últimas décadas, em particular, não somente no Brasil como
em âmbito mundial, ocorreram significativas mudanças nas relações entre capital e
trabalho. A crise econômica mundial levou as reformulações das políticas públicas
em vários países como Inglaterra, Canadá e Espanha, somente para citar alguns
21