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1 centro universitário senac - sp luiz augusto grando padilha ...

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Esta questão pode ser notada no discurso oficial da época, como podemos<br />

observar através de um trecho do pronunciamento do Presidente da Republica de<br />

então, General Ernesto Geisel, proferido em solenidade oficial no ano de 1974,<br />

quando da abertura do XIII Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do<br />

Trabalho realizado em São Paulo. Note-se a ironia do enfoque, antes de tudo<br />

econômico, que dava ás questões relacionadas à saúde do trabalhador, concluindo<br />

com um verniz humanista:<br />

(...) As estatísticas referentes a acidentes do trabalho, entre nós, são<br />

sabidamente muito mais que insatisfatórias, se não mesmo vexatórias. Em<br />

custos diretos, as perdas da economia brasileira, devidas a acidentes,<br />

elevam-se em 1973 a mais de um bilhão de cruzeiros. Se acrescentarmos<br />

os custos indiretos, teremos,no mesmo período, mais de cinco bilhões e<br />

duzentos milhões. E isso significa que o país, num esforço tremendo,<br />

de<strong>sp</strong>endeu, apenas no atendimento de acidentados do trabalho, soma<br />

equivalente a setenta por cento do total gasto, pelo INPS, e assistência<br />

médica e toda a população brasileira... (BRASIL, 1974)<br />

O que chama a atenção nesta fala é o fato de que – apesar de no decorrer do<br />

discurso o Presidente da Republica apontar para a gravidade do fato, em função das<br />

perdas humanas e listar os possíveis culpados para tal: as empresas, o próprio<br />

Estado, os trabalhadores e os sindicatos – fica evidente a preocupação, muito maior,<br />

com a economia de recursos financeiros do que com o comprometimento com a<br />

efetiva reversão desse trágico quadro. Principalmente quando o Estado –<br />

funcionando como grande facilitador da entrada das grandes empresas no país –<br />

adotou políticas econômicas e trabalhistas absolutamente excludentes e perversas.<br />

Franco (1981) analisa, com bastante clareza, esse cinismo oficial de então no<br />

que se refere às questões trabalhistas. É importante destacar que, apesar de<br />

alarmantes, as estatísticas referentes aos acidentes do trabalho divulgadas naquele<br />

momento não se tratavam propriamente de novidade. O Estado sempre foi muito<br />

hábil em omitir e descaracterizar esses dados ao longo de nossa história. Não foi de<br />

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