1 centro universitário senac - sp luiz augusto grando padilha ...

financiamento de empreendimentos ditos estratégicos e, não raro, para fins
clientelistas e eleitoreiros.
As principais características deste sistema foram a centralização, o
“burocratismo” e a ineficiência como o seguro social. O que lhe conferiu,
contraditoriamente, uma enorme eficácia política (COHN e ELIAS, 1996). Verificou-
se também, nesse momento, a consolidação de aparatos legais que tiveram como
meta anular a participação dos trabalhadores no controle desta instituição. Essa
disputa entre Estado e trabalhadores permanece até nossos dias (FALEIROS, 1983;
1992). A partir da década de 60 a Previdência Social assumiu também a
responsabilidade pela assistência médica individual dos seus segurados, o que
posteriormente determinou o caráter privatizante e excludente da saúde no nosso
país. Da mesma forma que o dinheiro captado pela Previdência financiou, por
exemplo, a Petrobrás, e, a partir desse momento então, foi utilizado também para
financiamento do setor privado da Saúde.
Neste pequeno retrospecto a questão da Saúde do Trabalhador, desde há
muito tempo apresenta dificuldades, principalmente em relação aos direitos
previdenciários (COHN e ELIAS, 1996). No momento em que se suprimiam as
liberdades individuais é que foram criadas as condições para efetivação de ações e
projetos impossíveis de serem equacionados até então. É nesse novo cenário que o
regime implementou a unificação da previdência e, em 1996, criou o INPS (Instituto
Nacional da Previdência Social). O projeto havia sido elaborado em 1945 e somente
então se tornava realidade, cristalizando o perfil assistencialista (COHN e ELIAS,
1996). Traduzindo-se, em geral, como questões meramente monetárias e
financeiras, onde, os trabalhadores passaram efetivamente para a condição de
mercadoria, perdendo o seu significado humano.
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