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Segundo Garcia (1996, p. 198), no meio rural,
a hierarquia dos princípios de controle de riscos da engenharia e da higiene
do trabalho é subvertida pelo enfoque simplista, pois as principais ações de
segurança [...] propostas para o controle dos riscos se limitam a medidas
centradas no indivíduo sujeito aos riscos, como atitudes, precauções e
práticas a serem seguidas no trabalho, treinamentos e uso de equipamentos
de proteção individual.
Em seu estudo, para 125 acidentes investigados, Binder, Azevedo e Almeida
(1997, p. 111) encontraram 144 propostas de prevenção, sendo que "a maioria delas
(cerca de 80%) situa-se no campo das estratégias comportamentais e mostra
formulação, como conscientizar, orientar, insistir em maior atenção, disciplinar e
insistir no uso de equipamento de proteção individual".
De forma semelhante, a prevenção de acidentes parece permanecer centrada
em recomendações de mudanças do comportamento do acidentado, quando, na
literatura internacional, surgem estudos incorporando contribuições da ergonomia,
engenharia, engenharia de sistemas, sociologia, etc., apontando-se a
responsabilidade das gerências em matéria de organização da segurança e das
ações de prevenção de acidentes (BOOTH, 1981; HALE e GLENDON 1987a) e a
necessidade de integração das políticas de segurança às políticas gerenciais das
empresas (PHAM, 1989; SIMARD, 1989; SIMARD e MARCHAND, 1994; HOFFMAN
e col. 1995; MONTEAU s/d).
Num breve resumo da evolução dos conhecimentos na área, pode-se elencar:
a) explicita-se a necessidade de priorização da correção de situações de risco
presentes, de maneira permanente, nos ambientes de trabalho, ou seja, eliminação
de situações em que a segurança depende, exclusivamente, do desempenho do
trabalhador na execução da tarefa (WIGGLESWORTH, 1976; HADDON JUNIOR e
BAKER, 1981; BAKER e col. 1982);
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