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Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

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tudo o que é produzido pela subjetivação capitalística – tudo o que nos chega<br />

pela linguagem, pela família e pelos equipamentos que nos rodeiam – não é<br />

uma questão de ideia ou de significações por meio de enunciados<br />

significantes. Tampouco se reduz a modelos de identi<strong>da</strong>de ou a identificações<br />

com pólos maternos e paternos. Trata-se de sistemas de conexão direta entre<br />

as grandes máquinas produtivas, as grandes máquinas de controle <strong>social</strong> e as<br />

instâncias psíquicas que definem a maneira de perceber o mundo<br />

(GUATTARI; ROLNIK, 2011, p. 35).<br />

Essa subjetivi<strong>da</strong>de serializa<strong>da</strong>, adquiri<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong> ordem capitalística,<br />

que “incide nos esquemas de conduta, de ação, de gestos, de pensamento, de sentido, de<br />

sentimento, de afeto” (GUATTARI; ROLNIK, 2011, p. 51), também influencia os<br />

<strong>sentidos</strong> dos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> sociais acerca de suas atuações profissionais. A maioria<br />

considera o simples fato de ter vivenciado ou ain<strong>da</strong> vivenciar uma condição de<br />

vulnerabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong> o diferencial em suas práticas, mesmo que tal vivência não<br />

ofereça condições de alteração <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de concretamente, como demonstra o educador<br />

H em seu depoimento: “por morar na comuni<strong>da</strong>de eu sei onde estão os problemas, eu<br />

não sei a solução, isso ninguém sabe, mas facilita o fato de morar na comuni<strong>da</strong>de, me<br />

aju<strong>da</strong> muito”.<br />

O reconhecimento <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong>de em atingir um resultado concreto e<br />

abrangente, por parte dos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong>, junto às crianças e adolescentes atendidos,<br />

é compensado por meio <strong>da</strong> utilização de metodologias “participativas”, <strong>da</strong> aproximação,<br />

do carinho, <strong>da</strong> gratificação pessoal em poder proporcionar a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, do sentimento de<br />

potência junto à comuni<strong>da</strong>de, ou seja, <strong>sentidos</strong> eufemísticos <strong>para</strong> justificar a<br />

perpetuação do existente e, consequentemente, a limitação <strong>da</strong> Educação Social na<br />

ressignificação de vi<strong>da</strong> dos sujeitos, conforme identifiquei nos depoimentos:<br />

sou bem doidão mesmo, chamo eles, converso, troco idéia, abraço, dou um<br />

beijo, é assim mesmo o meu jeito de trabalhar. Foi assim que eu ganhei a<br />

confiança de todos os adolescentes e eles se sentem bem (Educador B);<br />

a educação <strong>social</strong> pra mim é tudo. Devido ao meu histórico meio complicado<br />

e ser resgatado por essa via <strong>social</strong>. É complicado atingir a todos os <strong>jovens</strong>,<br />

pela dificul<strong>da</strong>de do sistema, que impõe a necessi<strong>da</strong>de de comprar, mas é um<br />

trabalho que tem seu lado gratificante (Educador G).<br />

Quanto à questão <strong>da</strong> objetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ações no campo do trabalho <strong>social</strong>,<br />

Guattari e Rolnik (2011, p. 37) esclarecem que

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