Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
90<br />
conceituação de Educação Social utiliza<strong>da</strong> por Gohn (2010), embasa<strong>da</strong> pelo pensamento<br />
de Pérez, que considera a Educação Social como:<br />
um conjunto fun<strong>da</strong>mentado e sistematizado de práticas educativas não<br />
convencionais realiza<strong>da</strong>s preferencialmente – ain<strong>da</strong> que não exclusivamente<br />
– no âmbito <strong>da</strong> educação não formal, orienta<strong>da</strong>s <strong>para</strong> o desenvolvimento<br />
adequado e competente dos indivíduos, assim como <strong>para</strong> <strong>da</strong>r respostas a seus<br />
problemas e necessi<strong>da</strong>des sociais (GOHN, 2010, p. 26 apud PÉREZ, 1999).<br />
A teoria também publica que, na Educação Social, a educação é global, é<br />
<strong>social</strong> e acontece ao longo de to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>, não se reduzindo à “educação escolar”, que<br />
adota certa atitude de reserva frente aos conflitos e problemas sociais dos alunos.<br />
Segundo Romans, Petrus e Trilla (2003, p. 61), “na escola, por exemplo, ocorrem<br />
situações violentas, existem conflitos de convivência e emocionais que a mera instrução<br />
é incapaz de solucionar”, e o professor nem sempre está pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> intervir frente a<br />
tais contextos. Porém, salienta Caliman (2011, p. 239) que “a escola é indispensável,<br />
mas não única nem suficiente, isto é, não se pode jogar sobre seus ombros to<strong>da</strong> a<br />
responsabili<strong>da</strong>de pela luta a favor <strong>da</strong> inclusão <strong>social</strong>”.<br />
<strong>Os</strong> <strong>educadores</strong> sociais desse estudo, todos oriundos de escolas públicas e<br />
com relatos de desmotivação frente à passagem pelo ensino médio, concor<strong>da</strong>m que a<br />
escola sozinha não é suficiente <strong>para</strong> promover a transformação do ser humano, assim<br />
como acreditam ser imprescindível a revisão <strong>da</strong>s práticas pe<strong>da</strong>gógicas e curriculares<br />
desenvolvi<strong>da</strong>s na educação pública escolar, como ilustram as falas:<br />
nunca fui mau aluno, mas só aprendi quando me interessava pelo assunto, os<br />
demais conteúdos eu passava na marra. O que me fez conquistar autonomia<br />
foi o meu desenvolvimento enquanto ser humano, a minha evolução<br />
enquanto artista e a escola é deficiente nesses aspectos. <strong>Os</strong> projetos sociais<br />
suprem essa deficiência escolar e possibilitam que você seja um agente<br />
transformador (Educador C);<br />
o grande fracasso <strong>da</strong> escola é não proporcionar ao aluno o que ele tem<br />
interesse em estu<strong>da</strong>r, conteúdos que tenham aplicação prática <strong>para</strong> a sua vi<strong>da</strong>.<br />
Considero uma ignorância pe<strong>da</strong>gógica, por parte <strong>da</strong> escola e do Estado,<br />
repassar conteúdos sem relação com os ofícios e interesse dos alunos<br />
(Educador F).<br />
Nesse sentido, penso que experiências de Educação Social são bem vin<strong>da</strong>s<br />
na escola formal e vice-versa. A escola <strong>da</strong> rede pública de ensino é espaço público,<br />
portanto, lugar privilegiado <strong>para</strong> a fala, <strong>para</strong> a escuta, <strong>para</strong> o diálogo não só em relação a