Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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CONSIDERAÇÕES FINAIS: OS “ACHADOS” CONSTRUÍDOS E<br />
DESCONTRUÍDOS DA PESQUISA<br />
Através do acervo bibliográfico, do discurso institucional e <strong>da</strong>s falas dos<br />
sujeitos entrevistados, analisados nesse trabalho, a Educação Social, nessa pesquisa, é<br />
entendi<strong>da</strong> como um processo sociopolítico, cultural e pe<strong>da</strong>gógico de formação <strong>para</strong> a<br />
ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e emancipação humana por meio do desenvolvimento de práticas<br />
socioeducativas, que envolvem uma multiplici<strong>da</strong>de de espaços, programas e projetos<br />
sociais (GOHN, 2010), sendo subsidia<strong>da</strong> teoricamente por diversas áreas do<br />
conhecimento.<br />
O aprendizado gerado e compartilhado na Educação Social, facilitado pelo<br />
educador <strong>social</strong>, não é espontâneo, uma vez que os processos que o produz têm<br />
intencionali<strong>da</strong>des e propostas, ou seja, existe sempre uma proposta de intervenção na<br />
reali<strong>da</strong>de dos sujeitos alvos <strong>da</strong> Educação Social, e as intervenções são construí<strong>da</strong>s com<br />
objetivos variados, a depender do público-alvo e <strong>da</strong>s intencionali<strong>da</strong>des na ação (GOHN,<br />
2010).<br />
Tendo como base a conceituação construí<strong>da</strong> nessa pesquisa, observei que as<br />
ações de Educação Social desenvolvi<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong> Coordenadoria-Funci ain<strong>da</strong><br />
funcionam como forma de mascaramento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, ou seja, não promovem a<br />
ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e emancipação humana plenas <strong>da</strong>s crianças e adolescentes atendidos.<br />
Identifiquei, nas análises documentais, a preocupação maior em modificar as<br />
denominações, os discursos ou, de tempos em tempos, realizar pseudo reformas,<br />
substituição de órgãos e departamentos que, na ver<strong>da</strong>de, continuaram e continuam sem<br />
alterar a situação <strong>da</strong>s crianças e dos adolescentes “desassistidos” e que ain<strong>da</strong> oferecem<br />
continui<strong>da</strong>de ao complexo organizacional assistencial e repressivo do Estado.<br />
Apesar de todo o envolvimento e compromisso dos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong><br />
sociais que trabalham na Instituição, é difícil desconstruir a imagem do descompasso<br />
entre os instrumentos jurídico-legais, já existentes, de reconhecimento e garantia de<br />
direitos à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia plena e universal, e as práticas efetivas, que revelaram a incidência<br />
de uma ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia incompleta, experimenta<strong>da</strong>, cotidianamente, por crianças,<br />
adolescentes e suas famílias pobres, que são atendidos em programas e projetos que<br />
funcionam de forma fragiliza<strong>da</strong>, sem recursos materiais básicos <strong>para</strong> o desenvolvimento<br />
<strong>da</strong>s ações e ativi<strong>da</strong>des propostas em seus Projetos Político-Pe<strong>da</strong>gógicos.