Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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Esse último depoimento traz a importância <strong>da</strong> teorização <strong>da</strong> prática<br />
profissional, pois como o próprio educador salienta: “só a prática não está trazendo<br />
eficiência <strong>para</strong> o trabalho” (Educador I).<br />
<strong>Os</strong> <strong>educadores</strong> de nível médio possuem mais dissensos quanto à questão,<br />
mas consideram importante a existência de uma formação, seja superior, de extensão,<br />
especialização, como alternativas opcionais, mas jamais como condição obrigatória <strong>para</strong><br />
inserção na ativi<strong>da</strong>de profissional, conforme os relatos:<br />
eu acho que a profissão deve ser regulamenta<strong>da</strong>, mas não sei se a<br />
obrigatorie<strong>da</strong>de de ter o nível superior seria o grande diferencial, porque<br />
quando se trabalha com seres humanos, quando se trabalha com gente tudo<br />
pode acontecer. Você vai passar dois, três, quatro anos numa cadeira<br />
estu<strong>da</strong>ndo, tendo a parte teórica, mas quando você for <strong>para</strong> a ponta, ca<strong>da</strong> caso<br />
é um caso. Sei lá, a vi<strong>da</strong> é quem mais te ensina. E na Funci tem grandes<br />
exemplos desse tipo, pessoas autodi<strong>da</strong>tas e que exercem um trabalho<br />
fantástico, são ótimos profissionais sem ter a facul<strong>da</strong>de. Todo o contexto<br />
deve ser levado em consideração, não só o diploma (Educador C);<br />
acho importante essa formação acadêmica, mas não sei se ela seria necessária<br />
<strong>para</strong> o engajamento de um profissional na instituição. Como já foi salientado,<br />
existem pessoas autodi<strong>da</strong>tas que fazem um trabalho igual ou até melhor do<br />
que aquelas que vivenciaram um processo teórico. A exigência do diploma<br />
excluirá pessoas capacita<strong>da</strong>s, mesmo que não tenham o nível superior. Espero<br />
que a valorização <strong>da</strong> profissão não aconteça condiciona<strong>da</strong> a uma formação<br />
acadêmica, mas que essa formação seja opcional, ao tempo de ca<strong>da</strong> um<br />
(Educador F);<br />
eu acho extremamente importante a regulamentação <strong>da</strong> profissão, <strong>para</strong><br />
valorizar a categoria, mas isso deve ser feito com todo cui<strong>da</strong>do, <strong>para</strong> não<br />
perder o caráter popular <strong>da</strong> atuação. Acho que deve existir um curso de<br />
especialização, mas também acho muito complicado exigir essa participação<br />
como requisito de contratação, porque senão a gente cai na contradição de<br />
exigir um diploma <strong>para</strong> executar a ativi<strong>da</strong>de. A qualificação é uma<br />
necessi<strong>da</strong>de nossa, de melhorar a nossa atuação, mas não deve ser encara<strong>da</strong><br />
como uma exigência mercadológica, <strong>para</strong> não perder o popular e o nosso<br />
jeito de atuar. O diploma não deve ser crucial na contratação de um educador<br />
<strong>social</strong> (Educadora J).<br />
Como demonstraram os depoimentos, a questão necessita de mais debates,<br />
argumentações e decisões, no mínimo, cui<strong>da</strong>dosas <strong>para</strong> não excluir do mercado de<br />
trabalho inúmeros trabalhadores, preocupação principal dos <strong>educadores</strong> sociais que são<br />
contrários à exigência de uma formação superior como condição necessária à inserção<br />
na ativi<strong>da</strong>de profissional.<br />
Nessa questão <strong>da</strong> regulamentação <strong>da</strong> profissão, percebi a destrutiva<br />
se<strong>para</strong>ção entre os profissionais “qualificados”, que já alcançaram ou estão prestes a