14.10.2014 Views

Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

78<br />

gestores. Eu, particularmente, recebi a bronca, mas considerava legítima a reivindicação<br />

mediante manifestação pacífica. O fato é que, após o episódio, a Kombi foi troca<strong>da</strong> no<br />

dia seguinte, o que solicitávamos há mais de quatro meses.<br />

Voltando à questão <strong>da</strong> limitação, os <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> sociais relataram<br />

sentir insegurança na condução dos grupos, principalmente no início de suas<br />

contratações, por estar ocupando uma posição nova e por, há pouco tempo, ter estado do<br />

outro lado, conforme se apresenta nos depoimentos: “no começo foi um pouco<br />

complicado, porque eu não me a<strong>da</strong>ptava, mas o tempo foi passando e eu fui me<br />

aprofun<strong>da</strong>ndo mais nas ativi<strong>da</strong>des, nas temáticas” (Educador B); “tive um pouco de<br />

insegurança, porque tudo que é novo, querendo ou não, vai te causar uma insegurança,<br />

surgem pensamentos que não somos capazes de fazer aquilo” (Educador F); “no início<br />

eu tive muita dificul<strong>da</strong>de de me ver na condição de educador, pois eu chamava a minha<br />

parceira de trabalho outro dia de “tia”, ela me atendia. Demorou <strong>para</strong> cair a ficha e eu<br />

me acostumar com a ideia de companheira de trabalho” (Educador H); “agora eu estou<br />

mais madura e compreendendo o meu espaço e o meu papel, mas demorei muito <strong>para</strong><br />

compreender que eu não era mais uma educan<strong>da</strong>” (Educadora J).<br />

Levando em consideração os dois últimos depoimentos, os gestores não<br />

percebem um tratamento diferenciado por parte dos demais <strong>educadores</strong> sociais <strong>para</strong> com<br />

os <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong>, conforme relatado: “eu não percebo qualquer rejeição. Inclusive<br />

eles são muito respeitados dentro <strong>da</strong> equipe, pela experiência de vi<strong>da</strong> deles, mesmo<br />

sendo <strong>jovens</strong>” (Coordenador do Programa Ponte de Encontro).<br />

Para a educadora J essa rejeição ocorreu apenas no início, pelo fato de ser<br />

jovem e tal característica não ser dota<strong>da</strong> de credibili<strong>da</strong>de, conforme ressaltou:<br />

quando eu cheguei <strong>para</strong> facilitar a minha primeira oficina, os <strong>educadores</strong> do<br />

projeto olhavam pra mim com cara de quem pensava assim: olha essa<br />

doidinha, bem novinha, crente que sabe facilitar alguma coisa (Educadora J).<br />

In<strong>da</strong>guei dos gestores acerca <strong>da</strong> existência de algum tipo de processo de<br />

transição dos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> que já foram atendidos no próprio projeto e/ou algum<br />

acompanhamento diferenciado <strong>para</strong> os que são oriundos de outras instituições, com o<br />

objetivo de superar as limitações relata<strong>da</strong>s e fortalecer as suas atuações. <strong>Os</strong> dois<br />

coordenadores afirmaram não existir, mas, que <strong>para</strong> os <strong>jovens</strong> que são contratados sem<br />

o ensino médio completo, a sua permanência na Instituição é condiciona<strong>da</strong> à conclusão.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!