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Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

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na Educação Social a gente aprende a conviver com tudo, aprende a respeitar<br />

e o que a gente vivencia em oficina, em dinâmica é muito bom, é muito<br />

construtivo, ao contrário <strong>da</strong> escola e ao contrário do ensino formal. Na escola<br />

a gente vê muito que o professor chega na sala, passa a matéria, não olha pra<br />

você, não olha nos seus olhos, depois você tem que responder tudo o que ele<br />

escreveu e ele vai embora, e aí chega outro e assim quatro, cinco professores<br />

em uma tarde ou em uma manhã e acontece dessa forma (Educador C);<br />

a Educação Social é aquela coisa mais informal, mais distraí<strong>da</strong>, mais<br />

espontânea. Quando se fala em professor parece que os meninos já ficam<br />

meio assim [...] E a gente (educador) não; é aquela coisa mais solta, deixa<br />

mais à vontade, não é aquela coisa tão rígi<strong>da</strong> (Educadora D);<br />

a Educação Social e o educador trabalham a questão <strong>da</strong> formação, <strong>da</strong><br />

construção do ser humano. Trabalha em cima de valores. Para o professor, na<br />

prática, é muito mais complicado trabalhar esses valores, porque é<br />

pressionado a apresentar um resultado, precisa ensinar a matemática, o<br />

português e isso é muito cansativo <strong>para</strong> o professor, ele se preocupa em<br />

passar o conteúdo (Educador E).<br />

Aqui utilizei as falas que melhor expressaram a minha afirmação, mas<br />

acrescento que foi unânime, entre os entrevistados, a percepção de que o professor<br />

limita-se à transmissão do conteúdo de forma robotiza<strong>da</strong>, e o educador <strong>social</strong> possui um<br />

olhar diferenciado, preocupado com a formação ci<strong>da</strong>dã em sua integrali<strong>da</strong>de.<br />

Na percepção dos <strong>educadores</strong>, observa<strong>da</strong> nos trechos <strong>da</strong>s falas, há rigidez<br />

nas práticas pe<strong>da</strong>gógicas desenvolvi<strong>da</strong>s na educação escolar contrapondo-se às práticas<br />

pe<strong>da</strong>gógicas <strong>da</strong> Educação Social. Para eles, a Educação Social prima pela utilização de<br />

técnicas e métodos que envolvam a ludicici<strong>da</strong>de, a arte, o espontaneísmo, sem distanciar<br />

o processo educativo do <strong>social</strong>, ou seja, sem apartá-lo <strong>da</strong> dinâmica de vi<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong><br />

educando.<br />

É possível perceber apenas na fala do educador E menção a uma relação<br />

professor/educador como algo estrutural, ou seja, não simplesmente como um perfil de<br />

atuação, mas uma exigência do contexto que envolve o professor: “<strong>para</strong> o professor, na<br />

prática, é muito mais complicado trabalhar esses valores, porque é pressionado a<br />

apresentar um resultado”.<br />

Quanto à questão, não podemos esquecer as estruturais sociais que<br />

envolvem a relação conflituosa entre as formas de educação. No caso <strong>da</strong> Educação<br />

Social, há uma atenção especial <strong>para</strong> que ela não se transforme em “uma espécie de<br />

colchão, de suavizador <strong>da</strong>s contradições existentes no seio <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, camuflando e<br />

ocultando as desigual<strong>da</strong>des e as injustiças sociais, tentando simplesmente a<strong>da</strong>ptar o<br />

indivíduo às coordena<strong>da</strong>s sociais existentes” (ROMANS; PETRUS; TRILLA, 2003, p.

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