Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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apud DELORS, 1996). E <strong>para</strong> consegui-lo, <strong>para</strong> alcançar a espera<strong>da</strong> formação dos<br />
ci<strong>da</strong>dãos é preciso recorrer à coordenação de todos os agentes formativos. Trata-se de<br />
fazer uma educação cooperativa, dialógica e <strong>social</strong> com o fim de alcançar essa educação<br />
completa, independentemente <strong>da</strong>s nomenclaturas.<br />
A diversi<strong>da</strong>de de nomenclaturas que envolve o fenômeno Educação<br />
Social/Pe<strong>da</strong>gogia Social, na percepção de Machado (2011, p. 266), ilustra “a<br />
flexibili<strong>da</strong>de presente na área como as relações explícitas com diversos campos de<br />
conhecimento, que nela se estabelecem”, sinalizando a importância <strong>da</strong><br />
complementari<strong>da</strong>de dos conhecimentos e <strong>da</strong> superação de possíveis espaços de disputa<br />
entre as ciências e atuações profissionais.<br />
No campo de observação, identifiquei que existem indefinições em relação<br />
ao uso <strong>da</strong>s nomenclaturas, tanto por parte dos <strong>educadores</strong> sociais e gestores quanto dos<br />
Projetos Político-Pe<strong>da</strong>gógicos dos programas, que não demonstram claramente quais<br />
referenciais teóricos se afiliam. <strong>Os</strong> referenciais são indicados nas entrelinhas, na forma<br />
de expressão, mas sem apontamento objetivo.<br />
Observei que em nenhum momento <strong>da</strong> pesquisa surgiu o termo Pe<strong>da</strong>gogia<br />
Social. <strong>Os</strong> <strong>educadores</strong> e gestores dos programas se utilizaram de termos como Educação<br />
Social, escolar, formal, não-formal, popular, ci<strong>da</strong>dã, educador <strong>social</strong>, arte-educação,<br />
arte-educador, arte-educador <strong>social</strong>. Um exemplo é o depoimento <strong>da</strong> educadora J: “eu<br />
sou arte-educadora <strong>social</strong>, porque <strong>para</strong> além <strong>da</strong> arte e <strong>da</strong> educação tenho a intenção de<br />
transformar o <strong>social</strong>. A arte e a educação são os meios <strong>para</strong> essa transformação <strong>social</strong>”.<br />
<strong>Os</strong> <strong>educadores</strong> também utilizaram recorrentemente os termos “assistência” e<br />
“aju<strong>da</strong>”. Esse último, quando utilizado, foi sempre justificado, como se houvesse certo<br />
constrangimento, como se não fosse a denominação correta <strong>para</strong> expressar o<br />
pensamento, conforme é demonstrado no seguinte depoimento: “a Educação Social é<br />
isso: tentar aju<strong>da</strong>r, não sei se aju<strong>da</strong>r, acho que é aju<strong>da</strong> também, é tentar amenizar os<br />
problemas <strong>da</strong>s pessoas e se doar, se dedicar ao que você faz” (Educadora L).<br />
Outros relatos também surgiram absolutamente contrários à perspectiva <strong>da</strong><br />
Educação Social como aju<strong>da</strong>, salientado pela educadora J: “temos que superar essa<br />
história de que a Educação Social é aju<strong>da</strong> aos “bichinhos”. A Educação Social é<br />
solidária, popular e age com o coletivo <strong>para</strong> transformar a reali<strong>da</strong>de”.<br />
A maioria dos <strong>educadores</strong> entrevistados identifica a sua atuação profissional<br />
como uma prática vincula<strong>da</strong> ao trabalho <strong>social</strong> prioritariamente, sendo a educação uma