Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
20<br />
identitários e os globalizantes; e que atua em projetos sociais de organizações<br />
governamentais e não-governamentais por meio do desenvolvimento de ações<br />
socioeducativas (Gohn, 2010).<br />
Nos espaços de atuação do educador <strong>social</strong> lhe é exigido o ensino médio<br />
completo, mas muitos possuem formação acadêmica nas áreas de humanas (Serviço<br />
Social, Psicologia, Ciências Sociais, Pe<strong>da</strong>gogia etc.). No Brasil, não existe uma<br />
formação acadêmica de educador <strong>social</strong>, e a sua atuação ain<strong>da</strong> me parece fragiliza<strong>da</strong>.<br />
Grosso modo, na reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> instituição em análise, parece-me que a atuação como<br />
educador <strong>social</strong> se configura em um estágio preliminar <strong>para</strong> o profissional, que<br />
posteriormente terá uma formação acadêmica <strong>para</strong> só depois atuar em uma área<br />
específica 9 .<br />
De acordo com Silva (2008), o educador <strong>social</strong> acaba utilizando-se de<br />
metodologias de trabalho apreendi<strong>da</strong>s na sua área de formação acadêmica ou em suas<br />
experiências de vi<strong>da</strong> e, essa reali<strong>da</strong>de corrobora <strong>para</strong> gerar descompassos entre os<br />
princípios <strong>da</strong> Educação Social e a prática dissemina<strong>da</strong>.<br />
Ain<strong>da</strong> segundo Silva (2008), diante <strong>da</strong> vontade de aju<strong>da</strong>r – construí<strong>da</strong> à<br />
imagem dissemina<strong>da</strong> acerca do trabalho <strong>social</strong> – o educador <strong>social</strong> de<strong>para</strong>-se com o<br />
“não saber ao certo o que fazer frente aos sujeitos que já não sabem ao certo o que<br />
esperar” (SILVA, 2008, p. 18), impondo, assim, à população a ideia de que o<br />
atendimento/ação <strong>da</strong>s políticas públicas se configura em um favor e não um direito que<br />
lhes deve ser assegurado.<br />
Machado (2011) esclarece, no entanto, que, <strong>para</strong> a área socioeducativa,<br />
apenas a referência <strong>da</strong>s práticas, que ain<strong>da</strong> permanece em muitos espaços, torna-se<br />
insuficiente numa socie<strong>da</strong>de que se complexifica e apresenta novas deman<strong>da</strong>s. Portanto,<br />
é premente “a necessi<strong>da</strong>de de um referencial teórico consoli<strong>da</strong>do específico <strong>para</strong> a área,<br />
<strong>para</strong> <strong>da</strong>r suporte às discussões e propostas, e principalmente, <strong>para</strong> impulsionar e<br />
fun<strong>da</strong>mentar pesquisas e produção de conhecimentos” (MACHADO, 2011, p. 264).<br />
reconhecer a função, o referido código detalha suas atribuições, assinalando que “o acesso à ocupação é<br />
livre, sem requisitos de escolari<strong>da</strong>de” (GOHN, 2010, p. 54).<br />
9 Essa reali<strong>da</strong>de é bem presente na instituição estu<strong>da</strong><strong>da</strong>. No levantamento inicial <strong>para</strong> a produção dos<br />
<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> pesquisa, constatei um número elevado de técnicos (assistentes sociais, pe<strong>da</strong>gogos, sociólogos,<br />
entre outras formações) e coordenadores de projetos e programas que iniciaram na instituição como<br />
<strong>educadores</strong> sociais e após a conclusão de suas formações acadêmicas foram contratados como técnicos,<br />
sendo mais bem remunerados. Outro detalhe importante é o fato de alguns nessa situação também terem<br />
sido atendidos em projetos sociais, mas minha análise voltou-se apenas aos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> sociais.