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Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

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um rearranjo do capital, ou seja, é mais cômodo <strong>para</strong> o Estado ou qualquer outro<br />

empregador pagar mais barato por um profissional que não tem defini<strong>da</strong> a sua atuação e<br />

que, sendo explorado, pode desenvolver as mais varia<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des.<br />

As concepções do trabalho <strong>social</strong> como missões vocacional-religiosa,<br />

técnico-profissional e de militância-política, que partem dos próprios <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong><br />

sociais corroboram com os discursos institucionais e, consequentemente, com a não<br />

valorização profissional em termos objetivos, como melhoria salarial e estrutura de<br />

trabalho, ao passo que o capital simbólico é muito bem caracterizado pelo sentimento de<br />

valorização por parte <strong>da</strong> família e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, que agora são referência, por estarem<br />

inseridos no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, por contribuírem com a<br />

transformação e mu<strong>da</strong>nça de seus territórios, além de serem reconhecidos como<br />

parceiros de trabalho, pelos demais profissionais <strong>da</strong> Instituição, e não mais como<br />

educandos, agora estão “entre iguais”.<br />

A pesquisa também mostrou que as contratações dos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong><br />

sociais, por parte <strong>da</strong> Coordenadoria-Funci, não se caracterizam uma política<br />

institucional. Para eles, as contratações se configuram uma valorização <strong>da</strong> juventude e<br />

não representam exploração <strong>da</strong> força de trabalho. No máximo, <strong>para</strong> alguns, podem<br />

identificar uma espécie de marketing institucional, ganhando reconhecimento externo a<br />

partir <strong>da</strong> estratégia de utilização <strong>da</strong> força de trabalho juvenil.<br />

Na percepção dos <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> sociais e gestores, por meio deles –<br />

<strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> – é possível alcançar maior aproximação comunitária, maior<br />

aproximação com o público-alvo, além <strong>da</strong> importante <strong>social</strong>ização de suas experiências<br />

junto às crianças e adolescentes. Mas esses aspectos não são suficientes <strong>para</strong><br />

promoverem a transformação <strong>da</strong>s condições de vulnerabili<strong>da</strong>de dos sujeitos atendidos.<br />

Esse quesito – já ter sido atendido em um projeto <strong>social</strong> – pode ser<br />

considerado de relevância, no momento <strong>da</strong> contratação, mas é preciso ficar atendo às<br />

formações anteriores e posteriores do profissional, não as encarando como<br />

responsabili<strong>da</strong>de individual, mas solidária com a Instituição.<br />

Outras construções aponta<strong>da</strong>s pela pesquisa foram: (i) a necessi<strong>da</strong>de de<br />

avançar na relação teoria-prática, <strong>para</strong> a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Educação Social nos espaços<br />

institucionais, pois, como Machado (2011) salientou, a referência apenas às práticas já<br />

não dão conta <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de do conhecimento e <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s que surgem em um<br />

cenário globalizado; (ii) a necessi<strong>da</strong>de de superar as disputas entre as ciências e

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