Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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cedem espaço”; (iv) na terceirização <strong>da</strong> força de trabalho e na absorção de profissionais<br />
<strong>para</strong> fins políticos de governabili<strong>da</strong>de, salienta<strong>da</strong>s no depoimento <strong>da</strong> educadora J:<br />
“deveria existir concurso público ou ao menos a garantia de uma seleção pública por<br />
edital, <strong>para</strong> evitar as indicações políticas, que muitas vezes não entram na Funci com<br />
disposição de trabalho”. No meu entendimento, a excessiva terceirização é uma prática<br />
ilegal, visto que a função de educador <strong>social</strong> configura-se em uma ativi<strong>da</strong>de fim <strong>da</strong><br />
instituição, e a indicação política <strong>para</strong> a ocupação de postos de trabalho é um absurdo e<br />
total desrespeito aos princípios <strong>da</strong> Administração Pública.<br />
Considero que os <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> sociais estão inseridos em um contexto<br />
instável e precário de trabalho, onde vigora a “boa” vontade e o compromisso de ca<strong>da</strong><br />
um como fatores primordiais na efetivação dos objetivos institucionais. E a exigência de<br />
um profissional polivalente e propositivo, desam<strong>para</strong>do <strong>da</strong>s condições estruturais<br />
mínimas de trabalho, coaduna <strong>para</strong> a evidente intensificação/exploração do trabalho<br />
desses sujeitos, ain<strong>da</strong> que eles não percebam essa reali<strong>da</strong>de, caracteriza<strong>da</strong> por Antunes<br />
(2009) como inibição do afloramento de uma subjetivi<strong>da</strong>de autêntica, ou seja, uma<br />
subjetivi<strong>da</strong>de à disposição do capital.<br />
Por considerar importante a necessi<strong>da</strong>de de teorização <strong>da</strong> prática<br />
profissional, inicio o capítulo seguinte com uma discussão acerca <strong>da</strong> Educação Social,<br />
os seus conceitos e como os <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> sociais percebem essa educação em<br />
termos conceituais, primando pelo constante diálogo entre teoria e empiria, e que<br />
<strong>sentidos</strong> eles constroem em torno <strong>da</strong> Educação Social, a partir de suas trajetórias de<br />
vi<strong>da</strong>, problematizando sobre a real possibili<strong>da</strong>de desta ressignificar a vi<strong>da</strong> dos sujeitos.