Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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a minha experiência como monitor <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de esportes foi o fun<strong>da</strong>mento<br />
<strong>para</strong> eu chegar a essa história de educador <strong>social</strong>. O meu instrutor também foi<br />
muito importante, pois me orientava sempre como conviver e como ter um<br />
bom relacionamento com os meus colegas de ativi<strong>da</strong>des (Educador A);<br />
como monitor pude exercer a questão <strong>da</strong> liderança no grupo, pois sempre<br />
puxava a oficina, chamava <strong>para</strong> fazer isso e aquilo, mesmo sem ter o<br />
educador. Essa experiência foi importante e contribuiu <strong>para</strong> eu receber o<br />
convite <strong>para</strong> ser educador <strong>social</strong>. Antes de entrar no projeto eu era muito<br />
tímido, quando fui monitor fiquei ativo e participativo (Educador C).<br />
Como se observa nas falas acima, esses <strong>jovens</strong> <strong>educadores</strong> eram monitores e<br />
receberam o convite <strong>para</strong> serem <strong>educadores</strong> sociais, agora responsáveis pela ativi<strong>da</strong>de<br />
que antes auxiliavam. Eles percebem esse processo como uma experiência, uma espécie<br />
de estágio necessário <strong>para</strong> o possível alcance de uma vaga de educador <strong>social</strong>. Na<br />
reali<strong>da</strong>de, as probabili<strong>da</strong>des de contratação, <strong>para</strong> os <strong>jovens</strong> que foram atendidos na<br />
própria Coordenadoria-Funci, giram em torno dos monitores, que extrapolam a simples<br />
condição de educandos e passam a ser considerados auxiliares do educador <strong>social</strong>,<br />
inclusive assumindo integralmente as ativi<strong>da</strong>des na ausência do profissional.<br />
É exatamente nessa experiência de monitoria que os adolescentes passam,<br />
ain<strong>da</strong> que involuntariamente, a serem avaliados, pois existe possibili<strong>da</strong>de de suas<br />
competências e habili<strong>da</strong>des serem aflora<strong>da</strong>s e, nesse sentido, serem convi<strong>da</strong>dos a fazer<br />
parte do quadro de profissionais <strong>da</strong> Instituição. E tal prática tornou-se costumeira e<br />
demonstra a possibili<strong>da</strong>de de os <strong>jovens</strong> se tornarem protagonistas de suas histórias e <strong>da</strong><br />
história do próprio programa.<br />
2.3. O Programa Ponte de Encontro: a rua como espaço de intervenção<br />
Assim como ocorreu com o Programa Crescer com Arte e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, o<br />
Projeto Político-Pe<strong>da</strong>gógico do Programa Ponte de Encontro, elaborado em outubro de<br />
2010, constituiu-se na minha principal fonte documental acerca do Programa, que tive<br />
acesso em dezembro de 2011.<br />
De forma sucinta, o documento apresenta diretamente as ações<br />
desenvolvi<strong>da</strong>s, metodologias, entre outras informações sobre o Programa Ponte de<br />
Encontro, sem dispor do histórico, <strong>da</strong>tas, tampouco eluci<strong>da</strong>r as possíveis evoluções ou<br />
regressos na política de atendimento volta<strong>da</strong> às crianças e adolescentes em situação de<br />
moradia e frequência nas ruas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Fortaleza.