Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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o arte-educador trabalha muito articulado com o educador <strong>social</strong>; as temáticas<br />
de Direitos Humanos são trabalha<strong>da</strong>s pelo educador <strong>social</strong> nas oficinas e o<br />
arte-educador busca trabalhar a técnica vinculando as discussões<br />
(Coordenador do Programa Crescer com Arte e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia).<br />
Quanto à questão, avalio que os discursos “não queremos formar artistas” e<br />
“não nos preocupamos com um espetáculo final” são imbuídos de um fracasso <strong>da</strong>s<br />
ações de arte-educação desenvolvi<strong>da</strong>s pelo Programa, uma vez que assumindo tais<br />
discursos não há obrigatorie<strong>da</strong>de nos resultados concretos <strong>da</strong> profissionalização, sendo<br />
suficiente apenas a <strong>social</strong>ização <strong>da</strong>s crianças e dos adolescentes.<br />
Em relação ao Programa Ponte de Encontro, a arte-educação não possui<br />
intenção de profissionalizar. É desenvolvi<strong>da</strong> como estratégia de interação, aproximação<br />
junto às crianças e adolescentes atendidos. Isso pode ser evidenciado pelo fato de não<br />
existir diferenciação entre educador <strong>social</strong> e arte-educador. Como já salientei<br />
anteriormente, no Programa Ponte de Encontro, todos são contratados como <strong>educadores</strong><br />
sociais, porém, se possuírem alguma habili<strong>da</strong>de artística e/ou esportiva, podem<br />
desenvolvê-las como incremento em suas atuações.<br />
Já o esporte, nos dois programas, é encarado como um fenômeno <strong>social</strong> e<br />
um fator <strong>social</strong>izador à luz <strong>da</strong> concepção de Romans, Petrus e Trilla (2003, p. 99):<br />
se educar supõe incidir nas estruturas cognitivas e afetivas do sujeito, se<br />
educar é facilitar uma mu<strong>da</strong>nça no repertório de condutas e adquirir as<br />
habili<strong>da</strong>des necessárias <strong>para</strong> se integrar no grupo, o esporte não pode ser<br />
ignorado pela Pe<strong>da</strong>gogia Social.<br />
Como evidenciaram os gestores, a Educação Social na Coordenadoria-Funci<br />
é responsabili<strong>da</strong>de precípua do educador <strong>social</strong>, seja na arte-educação, no esporte ou nas<br />
ações mais generaliza<strong>da</strong>s. Ao afirmarem que o educador <strong>social</strong> “é o meio <strong>da</strong> gente<br />
conseguir chegar nas crianças, nos adolescentes e nas famílias e ter um impacto positivo<br />
nas ações” (Supervisora de gestão), e “tem to<strong>da</strong> uma leitura acerca dessas reali<strong>da</strong>des do<br />
público-sujeito” (Coordenador do Programa Crescer com Arte e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia), estão<br />
reconhecendo a importância desse profissional na execução dos objetivos institucionais.<br />
No entanto, existe descompasso entre o reconhecimento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong><br />
categoria e a sua real valorização, sobretudo levando-se em consideração aspectos<br />
objetivos, como o salário, por exemplo, conforme afirmou claramente o gestor do<br />
Programa Ponte de Encontro ao ser in<strong>da</strong>gado sobre o que o educador <strong>social</strong> necessita