Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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relatórios; (ii) e a dificul<strong>da</strong>de na condução de grupos, por não se perceberem na<br />
condição de <strong>educadores</strong>.<br />
Para os gestores, a primeira limitação pode ser identifica<strong>da</strong> pelo fato <strong>da</strong><br />
contratação se efetivar ain<strong>da</strong> que o profissional não tenha concluído o ensino médio, e<br />
pela resistência deste em registrar e planejar antecipa<strong>da</strong>mente as suas ações, assim como<br />
em responder às solicitações <strong>da</strong>s coordenações dos programas. Particularmente, pude<br />
identificar essa fragili<strong>da</strong>de pelo vocabulário e conotação <strong>da</strong>s ideias apreendi<strong>da</strong>s nas<br />
entrevistas, bem como pelo contato com o parco material produzido pelos <strong>jovens</strong><br />
<strong>educadores</strong> no período <strong>da</strong> pesquisa, como planos de aula, respostas de questionários<br />
sobre interesse de formações, entre outros. Se percebi<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> assim essa limitação não<br />
foi verbaliza<strong>da</strong> pelos <strong>educadores</strong>.<br />
Quanto à segun<strong>da</strong> limitação, identifica<strong>da</strong> pelo coordenador do Programa<br />
Crescer com Arte e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, a justificativa mais parece um desejo de silenciar uma<br />
postura crítica do que uma real limitação, conforme expresso no depoimento:<br />
ao invés de contribuir <strong>para</strong> a organização <strong>da</strong> oficina, ele está junto na<br />
discussão. Se os meninos se reúnem <strong>para</strong> fazer uma manifestação contrária,<br />
pela falta de material digamos, ele não tenta mediar a situação, ele é tão<br />
incisivo, ele entra no embate no ritmo dos meninos (Coordenador do<br />
Programa Crescer com Arte e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia).<br />
Nesse depoimento, o coordenador critica o fato de o jovem educador não<br />
saber mediar conflitos, uma vez que ele entra no embate junto com o adolescente <strong>para</strong><br />
reivindicar melhores condições de trabalho e quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des. Ou seja, uma<br />
postura crítica do educador <strong>social</strong> e não simplesmente uma limitação, haja vista também<br />
a complexa tarefa de mediação de conflitos.<br />
Abrindo um parêntese, esse depoimento me fez lembrar um episódio que<br />
vivenciei quando trabalhava na Coordenadoria-Funci. Depois de inúmeras tentativas de<br />
diálogo, de envio de comunicação interna e de relatos contendo situações de perigo,<br />
<strong>para</strong> realizar a troca de um automóvel, uma Kombi (que os bancos estavam soltos, os<br />
pneus carecas, a porta pendura<strong>da</strong> e faltava freio), disponibiliza<strong>da</strong> <strong>para</strong> o transporte dos<br />
adolescentes, suas famílias e profissionais, decidimos realizar uma passeata no Parque<br />
<strong>da</strong>s Crianças, com cartazes e pe<strong>da</strong>ços <strong>da</strong> própria Kombi. Fomos então recebidos pela<br />
presidenta <strong>da</strong> Funci, àquela época, que frisou nossa atitude equivoca<strong>da</strong> ao considerar a<br />
manifestação a última opção de solução de um conflito, sobretudo quando aderi<strong>da</strong> por