14.10.2014 Views

Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

91<br />

assuntos acadêmicos e pe<strong>da</strong>gógicos, como também no que se refere às vivências, às<br />

emoções, aos conflitos sociais, tramas e temas do cotidiano como: relacionamentos<br />

interpessoais e entre diferentes grupos e tribos juvenis; violências; drogas; sexuali<strong>da</strong>de,<br />

enfim, aquilo que os alunos vivenciam e observam no cotidiano e nas mídias, em<br />

especial a televisão e as redes sociais.<br />

Na percepção dos <strong>educadores</strong> entrevistados, é exatamente nesta forma de<br />

intervenção que, geralmente, o professor <strong>da</strong> escola se diferencia do educador <strong>social</strong>. No<br />

entanto, considero que a questão é bem mais complexa, extrapolando a duali<strong>da</strong>de<br />

percebi<strong>da</strong> pelos <strong>educadores</strong>, uma vez que existem diferentes conflitos e jogo de<br />

interesses em ambas as formas de educação.<br />

Trata-se de uma construção sócio-histórica, que tem situado a educação<br />

escolar como aquela que cui<strong>da</strong> dos conteúdos e a Educação Social como a que se<br />

preocupa com os problemas sociais, cabendo ao professor a transmissão do conteúdo e<br />

ao educador a aproximação, os encaminhamentos <strong>para</strong> a transformação dos problemas,<br />

como expresso na fala: “o professor vai <strong>para</strong> a escola só <strong>para</strong> <strong>da</strong>r aula, só faz aquilo e<br />

pronto. O educador <strong>social</strong> se aproxima, conversa, troca ideia e faz os encaminhamentos”<br />

(Educador B).<br />

Considero que a versão dos <strong>educadores</strong> sociais entrevistados perpassa por<br />

essa construção sócio-histórica, sendo, portanto, fun<strong>da</strong>mental ser compreendi<strong>da</strong> e<br />

pensa<strong>da</strong>, porém, também é importante compreender a perspectiva de que a educação<br />

escolar não é antagonismo <strong>da</strong> Educação Social. É tarefa <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia Social, na<br />

concepção de Caliman (2011, p. 242) “fazer com que os processos educativos latentes<br />

na socie<strong>da</strong>de educadora sejam “intencionalmente” orientados, onde quer que<br />

aconteçam: na escola, na família, no abrigo, nos meios de comunicação”.<br />

Romans, Petrus e Trilla alertam que educação formal, não-formal e informal<br />

tem sido uma terminologia que serviu <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r, conceitualmente, espaços<br />

educativos, mas resulta de todo incorreto recorrer a essa classificação, principalmente<br />

por ser imprecisa e criar confusão. “Educação Social e educação escolar não são duas<br />

reali<strong>da</strong>des opostas ou se<strong>para</strong><strong>da</strong>s. Pelo contrário, a reali<strong>da</strong>de é uma, embora nós, desde a<br />

academia, preten<strong>da</strong>mos divorciá-la” (ROMANS; PETRUS; TRILLA, 2003, p. 63).<br />

<strong>Os</strong> autores concluem, citando Delors (1996), que os “sistemas educativos<br />

devem formar pessoas capazes de evoluir, de se a<strong>da</strong>ptar a um mundo em rápi<strong>da</strong><br />

transformação e de dominar a mu<strong>da</strong>nça” (ROMANS; PETRUS; TRILLA, 2003, p. 63

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!