Os sentidos da educação social para jovens educadores ... - Uece
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ao jovem me remete a pensar com cui<strong>da</strong>do, sem propagá-la como uma ver<strong>da</strong>de absoluta.<br />
Afinal, que metodologias estão sendo aplica<strong>da</strong>s <strong>para</strong> atrair a participação? Como se dá a<br />
mobilização desses sujeitos? Quais mecanismos existem no âmbito dos projetos e na<br />
própria Ci<strong>da</strong>de <strong>para</strong> o exercício <strong>da</strong> participação?<br />
O orçamento participativo (OP) – instrumento de participação popular<br />
existente na ci<strong>da</strong>de de Fortaleza <strong>para</strong> a construção coletiva do orçamento – foi citado<br />
por alguns <strong>educadores</strong> como um avanço <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de quanto à participação do segmento<br />
criança e adolescente, como expressou os <strong>educadores</strong>: “o orçamento participativo de<br />
crianças e adolescentes, que ocorre na Ci<strong>da</strong>de é um meio de participação, é o começo de<br />
um processo de mu<strong>da</strong>nça” (Educador A) e “apesar <strong>da</strong> participação dos <strong>jovens</strong> ser falha,<br />
nessa gestão teve uma ação que foi o diferencial em relação a isso, que foi o OP”<br />
(Educador F). Particularmente, considero o OP um avanço, mas ain<strong>da</strong> distante de<br />
representação do segmento em questão, sobretudo pela fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> mobilização e real<br />
apropriação dos poucos que participam acerca do que está sendo discutido e proposto.<br />
É importante registrar que não se configura tarefa fácil a efetivação de<br />
espaços de diálogo e participação <strong>da</strong> juventude nas políticas públicas. Para Pontual<br />
(2008), a tarefa exige inúmeros desafios, e ele destaca seis como os mais importantes,<br />
quais sejam:<br />
o primeiro é a questão do reconhecimento <strong>da</strong>s especifici<strong>da</strong>des do segmento<br />
<strong>da</strong> juventude e <strong>da</strong>s suas necessi<strong>da</strong>des. [...]. No reconhecimento dessas<br />
especifici<strong>da</strong>des, cabe a criação de espaços específicos. [...]. Um segundo<br />
desafio colocado no campo <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de é o reconhecimento de que existe<br />
uma diversi<strong>da</strong>de na própria juventude. [...]. A juventude é diversa. [...]. É<br />
importante que a política pública reconheça essa diversi<strong>da</strong>de e crie programas<br />
e ações que levem isso em conta. [...]. Um terceiro desafio é como<br />
transformar a temática <strong>da</strong> juventude num tema transversal às políticas<br />
públicas, ao mesmo tempo em que ela requer [...] uma abor<strong>da</strong>gem matricial.<br />
[...]. Um quarto desafio tem a ver com a importância dos canais de<br />
participação e dos espaços de diálogos. É preciso pensar a mais ampla<br />
diversi<strong>da</strong>de de instrumentos <strong>para</strong> isso. [...]. Também o desafio <strong>da</strong> formação<br />
dos atores sociais é fun<strong>da</strong>mental, cabendo tanto às organizações nãogovernamentais,<br />
às organizações <strong>da</strong> própria juventude e ao poder público, o<br />
papel de formar e informar as pessoas, se quiserem, de fato, construir canais<br />
substantivamente democráticos. [...]. O sexto desafio é aquele de trabalhar<br />
diferentes formas de linguagem na dimensão do diálogo e <strong>da</strong> participação<br />
(PONTUAL, 2008, p. 115-118).<br />
Levando em consideração os desafios apontados pelo autor, os programas<br />
<strong>da</strong> Coordenadoria-Funci que afirmam possuir espaços de diálogo e discussão junto às