haccp - Inocuidade de Alimentos
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Deve-se também consi<strong>de</strong>rar que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos em um alimento muda<br />
constantemente, ao contrário do que ocorre com a contaminação por substâncias químicas.<br />
A complexa cinética <strong>de</strong> morte (sobrevivência e proliferação das bactérias nos alimentos) é <strong>de</strong>terminada<br />
por múltiplos fatores, que po<strong>de</strong>m ser classificados em intrínsecos, extrínsecos e fatores do processo.<br />
Esses fatores incluem pH, ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, potencial redox (potencial <strong>de</strong> óxido redução), composição<br />
química do alimento e temperatura, umida<strong>de</strong> relativa e presença <strong>de</strong> gases no ambiente, além da<br />
presença <strong>de</strong> microbiota competitiva. Por esta razão, os riscos relacionados aos microrganismos,<br />
principalmente às bactérias, variam, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da composição do alimento, da produção, do<br />
tipo <strong>de</strong> processo ou preparo e das condições <strong>de</strong> embalagem e armazenamento.<br />
O número <strong>de</strong> microrganismos da dose infectante <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado com muito cuidado, tendo em<br />
vista as seguintes razões:<br />
• Freqüentemente são números extraídos <strong>de</strong> investigações experimentais.<br />
• Foram obtidos em ensaios <strong>de</strong> ingestão em voluntários jovens e saudáveis.<br />
• São estimativas a partir <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados limitada referente a surtos.<br />
• São estimativas dos piores casos.<br />
Devido às diversas variáveis citadas, a dose infectante não po<strong>de</strong> ser usada diretamente para se<br />
caracterizar o risco <strong>de</strong> (ser afetado) adoecer, consi<strong>de</strong>rando os diferentes grupos e características <strong>de</strong><br />
consumidores. É importante consi<strong>de</strong>rar alguns microrganismos como a Escherichia coli O157:H7,<br />
Clostridium botulinum e outros, cuja presença, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do número, é suficiente para tornar um<br />
alimento potencialmente capaz <strong>de</strong> causar doenças.<br />
A Tabela 1 mostra exemplos das diferentes concentrações <strong>de</strong> microrganismos necessários para causar<br />
doenças. A quantida<strong>de</strong> necessária para causar uma resposta clínica da doença em seres humanos<br />
adultos foi <strong>de</strong>monstrada para vários microrganismos patogênicos. Com exceção <strong>de</strong> Shigella dysenteriae<br />
e Salmonella Typhi, a dose infectante parece ser necessariamente alta. Entretanto, a contaminação <strong>de</strong><br />
um alimento com níveis muito baixos po<strong>de</strong> causar doenças se o alimento for mal manipulado antes do<br />
consumo ou se o consumo é reiterado ou, ainda, se é <strong>de</strong>stinado a consumidores extremamente<br />
sensíveis, como bebês prematuros.<br />
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