Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br

98<br />
barreiras comerciais. Além disto, há ainda um crescimento potencial<br />
do acesso a novas tecnologias.<br />
Finalmente, uma política de redução de tarifas de importação e de<br />
barreiras não-tarifárias, como a implantada a partir de 1990 pelo<br />
governo brasileiro, implicaria também na ampliação do mercado a um<br />
número maior de firmas, aumentando a concorrência, o que poderia<br />
vir a diminuir as margens de lucro, o que por sua vez implicaria em<br />
aumento da eficiência alocativa da economia. Isto pode ter um<br />
resultado positivo de aumento de produtividade. Do ponto de vista do<br />
consumidor, há um incremento de bem estar, porque em primeiro<br />
lugar, as firmas são obrigadas a ter um comportamento competitivo<br />
ou, em outro arranjo, poderão existir um número maior de firmas num<br />
sistema de concorrência oligopolista, levando a redução de margens<br />
de lucro. Em segundo lugar, o conjunto de escolha de produtos<br />
disponíveis cresce e espera-se que a qualidade dos produtos de uma<br />
economia aberta seja superior aos de uma fechada.<br />
Conforme se nota, há um consenso de que o contexto internacional pode<br />
interferir sobre a competitividade da indústria doméstica de um país. No entanto, a<br />
conceitualização de competitividade não é consenso na literatura, como explicam<br />
Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1997).<br />
De acordo com os citados autores, a literatura especializada sobre o assunto trata<br />
o fenômeno como sendo diretamente relacionado às empresas, por meio de seu<br />
desempenho ou por sua eficiência técnica e alocativa. Nesse contexto, a<br />
competitividade das nações seria passível de mensuração a partir da agregação dos<br />
aspectos citados por setor industrial e por país.<br />
No entanto, os pesquisadores ensinam que nesta visão geral convivem duas<br />
visões distintas a respeito do que é a competitividade. Nas palavras dos autores:<br />
Em uma primeira família, a competitividade é vista como um<br />
desempenho – a competitividade revelada. A competitividade é de<br />
alguma forma expressa na participação do mercado (market share)<br />
alcançada por uma firma em um mercado em um certo momento do<br />
tempo. A participação das exportações da firma ou conjunto de firmas<br />
(indústria ou nação) no comércio internacional total da mercadoria<br />
aparece como seu indicador mais imediato (FERRAZ, KUPFER,<br />
HAGUENAUER, 1997, p.1).<br />
Continuando a explicação, os autores mostram a outra visão da competitividade:<br />
Na segunda família, a competitividade é vista como eficiência – a<br />
competitividade potencial. Busca-se de alguma forma traduzir a<br />
competitividade através da relação insumo-produto praticada pela<br />
firma, isto é, da capacidade da empresa de converter insumos em<br />
produtos com o máximo de rendimento. Os indicadores são buscados<br />
em comparativos de custos e preços, coeficientes técnicos (de insumoproduto<br />
ou outros) ou produtividade de fatores, em termos das best-