Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br
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estão sendo financia<strong>das</strong> totalmente pelos empréstimos concedidos aos<<strong>br</strong> />
estrangeiros, o equilí<strong>br</strong>io deve ser obtido por fluxos de reservas<<strong>br</strong> />
internacionais – isto é, de ouro – que entram na Inglaterra. Esses<<strong>br</strong> />
fluxos de ouro reduzem automaticamente as ofertas de moeda<<strong>br</strong> />
estrangeira e aumentam a oferta de moeda da Inglaterra, baixando os<<strong>br</strong> />
preços estrangeiros e elevando os preços da Inglaterra.<<strong>br</strong> />
O aumento dos preços ingleses e a queda dos preços estrangeiros –<<strong>br</strong> />
uma apreciação real da li<strong>br</strong>a, dada a taxa de câmbio fixa – reduzem a<<strong>br</strong> />
demanda estrangeira por bens e serviços ingleses e ao mesmo tempo<<strong>br</strong> />
aumentam a demanda inglesa por bens e serviços estrangeiros. Esses<<strong>br</strong> />
deslocamentos da demanda funcionam na direção da redução do<<strong>br</strong> />
superávit em conta corrente da Inglaterra e da redução do déficit em<<strong>br</strong> />
conta corrente estrangeiro. Por fim, os movimentos de reservas param<<strong>br</strong> />
e ambos os países atingem o equilí<strong>br</strong>io do balanço de pagamentos. O<<strong>br</strong> />
mesmo processo também funciona ao contrário, eliminando uma<<strong>br</strong> />
situação inicial de superávit estrangeiro e déficit inglês.<<strong>br</strong> />
O modelo de Hume acima explicado permite a <strong>com</strong>preensão do funcionamento<<strong>br</strong> />
do sistema. No entanto, ele pressupõe uma alta mobilidade de ouro entre os países, o<<strong>br</strong> />
que não ocorria. Segundo a Comissão Cunliffe, a mobilidade do ouro prevista por Hume<<strong>br</strong> />
poderia ser substituída pela ação do Banco Central. Pela versão da <strong>com</strong>issão, o<<strong>br</strong> />
equilí<strong>br</strong>o, antes obtido pela transferência de ouro, poderia ser obtido pela redução do<<strong>br</strong> />
meio circulante pelo uso da taxa de redesconto e de outros mecanismos, tais <strong>com</strong>o as<<strong>br</strong> />
operações de mercado aberto.<<strong>br</strong> />
Assim, apesar de garantir a estabilidade externa do balanço de pagamentos, por<<strong>br</strong> />
meio da solidariedade internacional entre os Bancos Centrais, o padrão ouro <strong>com</strong>eçou a<<strong>br</strong> />
se desgastar por não conseguir garantir o equilí<strong>br</strong>io interno da economia. Isso decorreu,<<strong>br</strong> />
conforme Krugman e Obstfeld (1999, p. 548), devido a “mudança dos preços relativos<<strong>br</strong> />
do ouro e de outras mercadorias” que desestabilizavam o alinhamento de preços<<strong>br</strong> />
internos de cada país.<<strong>br</strong> />
Outros fatores também contribuiram para o desgaste do sistema. A I Guerra<<strong>br</strong> />
Mundial provocou a suspensão da conversibilidade em ouro. Tal fator aliado à massiva<<strong>br</strong> />
emissão de moeda “provocou o surgimento de uma forte inflação e desagregação <strong>das</strong><<strong>br</strong> />
economias em vários países” (RATTI, 2001, p. 291).<<strong>br</strong> />
Após o conflito, durante as década de 1920, os países reestabeleceram a<<strong>br</strong> />
conversibilidade. No entanto, a restauração do sistema efetuou-se de maneira<<strong>br</strong> />
desalinhada. Ratti (2001, p. 292) afirma que “as paridades estabeleci<strong>das</strong> encontravam-se<<strong>br</strong> />
fora da realidade. Algumas, <strong>com</strong>o a li<strong>br</strong>a, estavam supervaloriza<strong>das</strong>, enquanto outras<<strong>br</strong> />
achavam-se desvaloriza<strong>das</strong>”.