Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br

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dos custos de transporte, as moedas de menor valor (prata) de alguns países invadiram o<br />
espaço de circulação das moedas de prata de outros, expulsando-as de circulação. Nas<br />
palavras do próprio Eichengreen (2000, p. 40):<br />
Em 1862, depois de sua unificação política, a Itália adotou uma<br />
reforma monetária contendo provisões que contemplavam a emissão<br />
de moedas de prata de pequena denominação com 0,835 de pureza<br />
(cujo conteúdo de metal correspondia a apenas 83,5% de seu valor<br />
legal). As pessoas usavam moedas italianas quando possível e<br />
entesouravam suas moedas francesas, mais valiosas (que tinham grau<br />
0,9 de pureza). Com essa prática, surgiu a ameaça de a França ser<br />
inundada com dinheiro italiano e de o dinheiro francês ser expulso de<br />
circulação.<br />
4.1.2 Quanto à Conversibilidade<br />
O sistema de conversibilidade é um sistema representativo. Neste modelo<br />
circulam notas de moeda-papel, representando o valor depositado no Tesouro ou no<br />
Banco Central.<br />
Para o caso da Europa, anterior à I Guerra Mundial, o sistema de<br />
conversibilidade se caracterizava pela circulação de moeda-papel, cujo valor de face<br />
representava determinada quantia de metal precioso, que poderia ser trocado a qualquer<br />
tempo pelo Tesouro ou Banco Central, caso o portador assim o requisitasse.<br />
A utilização desse sistema pelos Governos, no período anterior a 1914,<br />
atendia aos seguintes objetivos: oferecer maior comodidade ao portador; diminuir os<br />
gastos estatais com a cunhagem de moeda e evitar o desgaste das mesmas. O desgaste<br />
citado refere-se à possibilidade de perda de parte do metal precioso contido na moeda,<br />
tanto devido ao uso constante quanto por fraude, em que o público retiraria parte do<br />
metal contido na moeda (RATTI, 2001, p. 31).<br />
Nos tempos presentes, a conversibilidade gozou de grande reputação, por ter<br />
vigorado na Argentina entre 1991 e 2001, e por ter contribuído para a eliminação da<br />
hiperinflação que o país atravessou por extensos períodos.<br />
O mecanismo de conversibilidade argentino é muito semelhante à<br />
conversibilidade clássica. A diferença maior é que, ao invés da moeda-papel emitida<br />
pelo Estado representar um valor em metal precioso, ela, na verdade, representa o valor<br />
de outra moeda, aquela adotada como âncora, no caso, o dólar dos Estados Unidos da<br />
América.