Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br
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Durante o ano de 1997, o Governo manteve a mesma política para o câmbio,<<strong>br</strong> />
apesar dos reflexos da crise asiática, no segundo semestre. Isso porque os formuladores<<strong>br</strong> />
de política econômica consideravam que o ritmo de desvalorização do real estava<<strong>br</strong> />
adequado e consistente <strong>com</strong> os objetivos de conseguir o equilí<strong>br</strong>io interno e externo da<<strong>br</strong> />
Economia, ou seja, considerava-se possível que as pequenas desvalorizações, que<<strong>br</strong> />
vinham ocorrendo ao longo do tempo, corrigissem a vulnerabilidade externa do país,<<strong>br</strong> />
sem que fosse <strong>com</strong>prometida a estabilidade monetária.<<strong>br</strong> />
Essa perspectiva da ação governamental pode ser <strong>com</strong>preendida na seguinte<<strong>br</strong> />
passagem do Boletim do Banco Central – Relatório Anual (1997, p. 99-100):<<strong>br</strong> />
Entre 1996 e 1997, a taxa de câmbio de fim de período no segmento<<strong>br</strong> />
livre (<strong>com</strong>pra) passou de R$ 1,0386/US$ para R$ 1,1156/US$, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
desvalorização nominal de 7,41%, ou 3,07 pontos percentuais acima<<strong>br</strong> />
da variação do INPC. As variações mensais, <strong>com</strong> média de 0,6%,<<strong>br</strong> />
oscilaram entre o mínimo de 0,43% e o máximo de 0,76%, enquanto a<<strong>br</strong> />
variação média mensal, desde a implantação dos leilões de spread, ao<<strong>br</strong> />
final de junho de 1995, foi de cerca de 0,64%.<<strong>br</strong> />
Em 1997, não houve alteração na política cambial adotada a partir de<<strong>br</strong> />
1995. Em 18 de fevereiro, o Banco Central fez a única alteração dos<<strong>br</strong> />
parâmetros da banda cambial no ano, de R$ 0,97/R$ 1,06 para R$<<strong>br</strong> />
1,05/R$ 1,14 por dólar, 8,6% de margem de oscilação. Com essa<<strong>br</strong> />
margem e o ritmo médio da desvalorização dos 18 meses anteriores,<<strong>br</strong> />
foi possível estimar que a taxa de câmbio atingiria o limite superior da<<strong>br</strong> />
banda em um ano, o que de fato ocorreu.<<strong>br</strong> />
Certa previsibilidade associada ao movimento da banda é um aspecto<<strong>br</strong> />
importante desta etapa do regime cambial <strong>br</strong>asileiro, para a qual se faz<<strong>br</strong> />
útil um ambiente de menor volatilidade, mais propício ao<<strong>br</strong> />
investimento.<<strong>br</strong> />
Uma vez determinado o referencial de flutuação, houve seguidos<<strong>br</strong> />
leilões de spread, <strong>com</strong> o objetivo de desvalorizar gradualmente a taxa<<strong>br</strong> />
de câmbio, sempre mantida dentro dos limites da intrabanda. Dessa<<strong>br</strong> />
forma, buscou-se as condições necessárias para a estabilidade dos<<strong>br</strong> />
preços internos, sem prejuízo do controle do saldo em transações<<strong>br</strong> />
correntes, cuja orientação esteve voltada para políticas de incentivo às<<strong>br</strong> />
exportações e controle de importações, dentro do espaço permitido<<strong>br</strong> />
pela regulamentação da OMC.<<strong>br</strong> />
Apesar da monitoração constante efetuada pelo Banco Central, no mercado de<<strong>br</strong> />
câmbio, as turbulências do segundo semestre de 1997, nos esteios da Crise do Sudeste<<strong>br</strong> />
Asiático, tornaram necessárias que outros instrumentos de política econômica fossem<<strong>br</strong> />
utilizados, para que a situação cambial do Brasil não saísse de controle. Para isso, o<<strong>br</strong> />
Governo foi o<strong>br</strong>igado a flexibilizar a entrada de recursos estrangeiros, oferecendo taxas<<strong>br</strong> />
de juros atrativas e, consideravelmente, altas, o que provocou uma reversão do<<strong>br</strong> />
crescimento da economia, colocando-a em recessão. A ação governamental é percebida