Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br
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considerados adequados para a política econômica. Portanto, o sistema de banda<<strong>br</strong> />
cambial era intrinsecamente mais intervencionista do que seria a livre flutuação<<strong>br</strong> />
cambial, na modalidade chamada de “flutuação suja”. Isso porque a própria existência<<strong>br</strong> />
da banda informava ao mercado que haveria intervenção, caso ele tentasse ultrapassar<<strong>br</strong> />
os limites estabelecidos. Assim, nota-se que, ao contrário do que era pronunciado pelo<<strong>br</strong> />
discurso liberal do Governo, o Estado continuava a controlar de perto o câmbio, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
era de praxe no Brasil.<<strong>br</strong> />
A partir de 1996, o controle da política cambial do Brasil sofreu um aumento de<<strong>br</strong> />
intensidade, ao efetuarem-se modificações na política de ban<strong>das</strong> cambiais. O objetivo<<strong>br</strong> />
do Governo era resguardar a estabilidade monetária e, simultaneamente, aplicar os<<strong>br</strong> />
corretivos que fossem considerados necessários após a crise do México. Isso porque a<<strong>br</strong> />
crise da economia mexicana trouxe o temor de que o país pudesse enfrentar uma crise<<strong>br</strong> />
de confiança semelhante, e uma intensa fuga de capitais, pois os saldos nas Transações<<strong>br</strong> />
Correntes já não apresentavam números muito favoráveis.<<strong>br</strong> />
Com essa perspectiva e, visando a reduzir o déficit no Balanço de Pagamentos,<<strong>br</strong> />
bem <strong>com</strong>o a melhorar a <strong>com</strong>petitividade dos produtos <strong>br</strong>asileiros no exterior, as<<strong>br</strong> />
autoridades monetárias determinaram que o real deveria sofrer desvalorizações<<strong>br</strong> />
monetárias controla<strong>das</strong>. Desse modo, considerando que o regime de banda larga trazia<<strong>br</strong> />
turbulências nos períodos que antecediam a mudança da cotação, por adicionar as<<strong>br</strong> />
perspectivas de desvalorização, optou-se por introduzir as intraban<strong>das</strong>, gerando, assim,<<strong>br</strong> />
o regime de ban<strong>das</strong> cambiais estreitas. É o que se percebe da seguinte passagem,<<strong>br</strong> />
extraída do Boletim do Banco Central – Relatório Anual (1996, p. 106-107):<<strong>br</strong> />
Em 1996, a política cambial manteve as diretrizes fixa<strong>das</strong> a partir de<<strong>br</strong> />
junho de 1995, adequando-se à conjuntura internacional, porém tendo<<strong>br</strong> />
o cuidado de não penalizar o setor exportador e os fluxos de capitais<<strong>br</strong> />
externos direcionados ao país. Sua operacionalização, <strong>com</strong>binando o<<strong>br</strong> />
sistema de ban<strong>das</strong> cambiais <strong>com</strong> o mecanismo de intraban<strong>das</strong>, evitou a<<strong>br</strong> />
ocorrência de oscilações indesejáveis na taxa de câmbio. Essa postura<<strong>br</strong> />
foi definida pela Resolução n.º 2.234, de 30.1.96, que determinou<<strong>br</strong> />
atuação o<strong>br</strong>igatória do Banco Central no mercado interbancário de<<strong>br</strong> />
câmbio sempre que os limites da banda fossem atingidos e facultativa<<strong>br</strong> />
no interior da faixa de flutuação. Nessa oportunidade, os limites da<<strong>br</strong> />
banda larga foram redefinidos para R$ 0,97 e R$ 1,06, 7% acima dos<<strong>br</strong> />
anteriores.<<strong>br</strong> />
A presença freqüente do Banco Central no mercado de divisas ao<<strong>br</strong> />
longo do ano, ao produzir desvalorizações sucessivas, a<strong>com</strong>panha<strong>das</strong><<strong>br</strong> />
de deslizamentos da intrabanda, <strong>com</strong> periodicidade e variação<<strong>br</strong> />
relativamente bem defini<strong>das</strong>, conferiu previsibilidade à política de<<strong>br</strong> />
câmbio, reduzindo paulatinamente o risco cambial e os movimentos<<strong>br</strong> />
especulativos.