Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br

9. Considerações Finais<br />
No início do presente estudo, havia dúvidas sobre a sua viabilidade, utilidade e<br />
oportunidade. No entanto, a pesquisa do referencial teórico e o acompanhamento do<br />
ambiente econômico mostraram que o trabalho tanto é viável quanto oportuno.<br />
A viabilidade está expressa no fato de que existem diversos trabalhos sobre<br />
câmbio, mas relativamente poucos relacionando o desempenho de um setor aos<br />
impactos da flutuação da moeda. Foram encontrados estudos vinculando o câmbio à<br />
competitividade exportadora de alguns setores da Economia, mas não estudos<br />
específicos para o Setor Siderúrgico<br />
A oportunidade deste Projeto, por sua vez, é demonstrada por diversos fatos que<br />
vêm ocorrendo nos últimos tempos. A siderurgia brasileira, antes sob forte controle<br />
estatal e à margem da concorrência e da busca por eficiência, foi privatizada. Com isso,<br />
os novos entes controladores privados passaram a expor essas empresas a uma gestão<br />
moderna, voltada ao mercado, e, portanto, enfrentando a concorrência interna e externa.<br />
O conhecimento do impacto da flutuação cambial sobre setores exportadores<br />
específicos apresenta as suas vantagens. Ele pode servir como instrumento de defesa das<br />
empresas brasileiras participantes do Setor, ante as concorrentes que se utilizam de<br />
falácias sobre a importância do impacto da flutuação cambial, para justificar as medidas<br />
protecionistas aplicadas, no intuito de manter seus mercados fechados a concorrentes<br />
externos mais eficientes.<br />
Dessa forma, iniciou-se o trabalho com a hipótese de que a flutuação cambial,<br />
mais especificamente a desvalorização cambial, não repercute sobre a competitividade<br />
exportadora da indústria siderúrgica brasileira. A justificativa da hipótese adotada é de<br />
que a estrutura do mercado mundial da siderurgia e as barreiras impostas à importação<br />
de produtos anulam as possíveis vantagens que o câmbio poderia proporcionar. Em<br />
consonância a isso, postulou-se que não haveria um grande aumento no nível de<br />
exportações efetuadas pela siderurgia brasileira após a desvalorização de janeiro de<br />
1999, comparativamente aos anos de 1997 e 1998, que seriam utilizados como<br />
referencial para análise dos fatos posteriores.<br />
Para a execução deste trabalho, buscou-se limitar o estudo ao câmbio, à<br />
competitividade e ao desempenho exportador, dentro de um período histórico bem<br />
delimitado, compreendendo os anos de 1997 a 2001. Isso é decorrência da necessidade