Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br

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80<br />governo a utilizar-se das reservas internacionais, reduzindo-as e, simultaneamente,<br />pondo em risco a âncora cambial. É o que se pode notar da tabela 7:<br />Tabela 7 – Balanço de pagamentos e perdas de reservas (US$ milhões, Ago./Dez. 1998)<br />Ago Set Out Nov Dez Total<br />1. Balança Comercial (a) -26 -781 -1.042 96 2 -1.751<br />2. Serviços -1.556 -3.918 -2.393 -1.702 -2.824 -12.393<br />2.1 Juros -541 -1.210 -1.265 -866 -1.372 -5.254<br />2.2 Dividendos -359 -1.858 -476 -424 -843 -3.960<br />2.3 Outros -656 -850 -652 -412 -609 -3.179<br />3. "Conta Corrente" total (1+2) (a -1.582 -4.699 -3.435 -1.606 -2.822 -14.144<br />4. Capital de curto prazo<br />4.1 Fundos de renda fixa -2.383 -3.652 -436 -23 -15 -6.509<br />4.2 Resolução 63 ("caipira") -1.792 -1.375 -614 -272 -375 -4.428<br />4.3 Fundos "Fiex" -489 -842 43 712 75 -501<br />4.4 Portfolio (anexos I a V) -1.539 -1.688 -63 348 -845 -3.787<br />4.5 Flutuante -1.880 -8.275 -3.322 -1.229 -1.888 -16.594<br />Total -8.083 -15.832 -4.392 -464 -3.048 -31.819<br />5. Capital de longo prazo<br />5.1 Investimento direto 4.567 2.356 3.747 1.822 1.521 14.013<br />5.2 Empréstimos 4.190 1.077 5.733 891 2.784 14.675<br />5.3 Amortizações -3.133 -3.125 -3.508 -2.523 -3.548 -15.837<br />5.4 Resolução 63 (outras) -348 -639 -928 -74 -102 -2.091<br />Total 5.276 -331 5.044 116 655 10.760<br />6. Outros 1.511 -660 -641 758 -798 170<br />7. Operações com FMI 0 0 0 0 9.324 9.324<br />8. Variação total nas reservas -2.878 -21.522 -3.424 -1.196 3.311 -25.709<br />9. Nível das reservas 67.333 45.111 42.385 41.501 35177(b)<br />Notas:<br />(a) A balança comercial no “conceito cambial”, ou seja, incluindo leads e lags do comércio exterior,<br />portanto, incluindo movimentações de capital associadas ao comércio, que normalmente são<br />excluídas da estatística para a conta corrente, normalmente divulgada nos números para o balanço de<br />pagamentos.<br />(b) Excluindo os saques dos empréstimos do Fundo e do BIS.<br />Fonte: Banco Central do Brasil apud Franco (1999, p. 318)<br />Assim, visando a acomodar a nova situação, o recém nomeado presidente do<br />Banco Central, Francisco Lopes, determinou uma alteração na política de bandas<br />cambiais, visando a permitir uma faixa mais ampla de flutuação, chamada de “banda<br />diagonal endógena” (FRANCO, 1999, p. 321).<br />Adotada em 13 de janeiro de 1999, o novo modelo de banda estipulava um<br />limite inferior para a flutuação, como sendo de R$ 1,20, e um limite superior, como<br />sendo de R$ 1,32. O funcionamento de tal modelo propunha que os limites seriam<br />revistos a cada 3 dias, utilizando-se, para tal finalidade, a cotação média da taxa de
81<br />câmbio referencial de venda, PTAX800 adicionada a alguns parâmetros fixos<br />(BOLETIM DO BANCO CENTRAL – RELATÓRIO ANUAL, 1999, p. 117).<br />Mas, segundo Franco (1999, p. 321), a nova modalidade de banda cambial para<br />o Real não foi bem aceita pelo mercado, de modo que, por conta dos acontecimentos e<br />de maneira não intencional, foram as autoridades monetárias obrigadas a deixar o Real<br />flutuar no sábado, 16 de janeiro de 1999. A efetivação desta media foi problemática,<br />uma vez que ela foi publicada no Diário Oficial da União, com data retroativa à sextafeira,<br />15 de janeiro, para que pudesse vigorar a partir do dia 18, segunda-feira. Nas<br />palavras do autor:<br />Deve-se notar que a decisão inicial não foi no sentido de flutuar o<br />Real, mas de se implementar um sistema designado como ‘banda<br />diagonal endógena’ que colapsou em 48 horas, levando à flutuação na<br />sexta-feira [sábado] 16 de janeiro de 1999, quando o BC perdeu o<br />controle da situação. Antes da posse do Dr. Armínio Fraga na<br />presidência do BC, no dia 08 de março, o Real chegou a atingir R$<br />2,16 por dólar, uma desvalorização de incríveis 77% relativamente a<br />cotação de R$ 1,22 quando as mudanças tiveram início.<br />Ou posto de outra forma, a tentativa de fazer-se pequenas alterações no sistema<br />em vigor, desde 1995, não surtiu efeito. O mercado pedia uma mudança significativa na<br />política cambial adotada no Brasil. E não sendo possível ao Banco Central fazer frente<br />às expectativas do mercado, optou por conseguinte em adotar a flutuação. No excerto<br />seguinte, verifica-se a análise efetuada pelo próprio Banco Central em seu Relatório<br />Anual (1999, 116-117):<br />A política cambial vigente desde junho de 1995 passou por<br />importantes alterações em 1999. Até então, estava orientada para<br />desvalorizações graduais da moeda nacional por meio do sistema de<br />bandas cambiais e leilões de spread. O Banco Central determinava<br />limites de flutuação da taxa de câmbio, a banda larga, e obrigava-se a<br />atuar com seus dealers, mediante leilões de dólares norte-americanos,<br />sempre que tais limites fossem atingidos. No interior da banda larga, a<br />autoridade monetária atuava facultativamente, sinalizando um patamar<br />de taxas de câmbio, a intrabanda, que se deslocava gradualmente<br />conforme a orientação da política cambial. Essa orientação,<br />estruturada de forma a permitir que o Banco Central controlasse a taxa<br />de câmbio, fazia com que as reservas internacionais flutuassem de<br />acordo com os resultados do mercado de câmbio: o Banco Central<br />comprava divisas, aumentando as reservas, em momentos em que o<br />mercado estava com sobras de recursos, e vendia, reduzindo as<br />reservas, nos momentos de excesso de demanda por moeda<br />estrangeira.<br />Continuando a análise, o Banco Central revela o impacto das crises<br />internacionais sobre o país:
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Drauzio Antonio Rezende Junior nada teria
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“Meus dias passaram tão rápido.
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3.4 EFEITOS DO COMÉRCIO NA INDÚST
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Capítulo 7 - Siderurgia Mundial -
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