Drauzio Antonio Rezende Junior Impactos das ... - Ppga.com.br

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quando o objetivo do governo alterou-se, isto é, o Estado passou a preocupar-se mais<br />
com os riscos de o país não conseguir pagar as suas dívidas do que com a inflação,<br />
alterou-se, forçadamente, a política cambial, em que o valor do dólar passou a ser<br />
determinado pelo mecanismo de mercado. Este acontecimento gerou uma forte<br />
desvalorização cambial, que elevou fortemente os encargos das dívidas externas do<br />
Setor Siderúrgico, permitindo-se concluir que o maior impacto do câmbio está sobre a<br />
capacidade da empresa de honrar ou não seus compromissos externos, e não sobre um<br />
aumento da competitividade exportadora.<br />
Tratando-se de câmbio, não se pode deixar de comentar o câmbio real. Embora<br />
tratado em bases conceituais apenas, nota-se que este é um conceito bastante útil para<br />
futuros estudos sobre a competitividade de produtos para a exportação. O câmbio real<br />
permite que se escape da armadilha da ilusão monetária proporcionada pelo câmbio<br />
nominal. Por meio do câmbio real, pode-se observar que o valor da moeda brasileira<br />
estava excepcionalmente valorizado, em termos históricos, o que justifica, no agregado<br />
da balança comercial, a queda das exportações e o aumento intenso das importações. No<br />
entanto, uma tratamento mais aprofundado sobre o câmbio real na siderurgia requeria<br />
dados não disponíveis, quais sejam, o valor de venda dos produtos siderúrgicos no<br />
período em questão, 1997 – 2001. Por meio deles, seria conhecida a taxa de câmbio de<br />
equilíbrio do Setor Siderúrgico e se poderia compará-la com o valor efetivo do período.<br />
Esta é uma importante questão que pode ser submetida a pesquisas futuras.<br />
Quanto à competitividade, ela foi medida, no trabalho, por meio dos dados<br />
públicos. Portanto, tratou-se da competitividade revelada. No caso da siderurgia, a<br />
competitividade é prejudicada pelo fato dos produtos do Setor estarem incluídos no que<br />
Ricupero chamou de “caroço do protecionismo”. Assim, dentre os fatores determinantes<br />
da competitividade, estariam ao alcance da empresa a inovação, a gestão, a produção e o<br />
trabalho em recursos humanos. Outros fatores, como a configuração da indústria, o<br />
mercado, o regime de incentivos e de regulação, só poderiam ser transformados por<br />
meio de aliança entre todas as empresas e o Estado.<br />
Quanto ao câmbio, ele pode, potencialmente, interferir na competitividade de<br />
duas maneiras: por modificações no arranjo da indústria, conforme diferenças na<br />
exposição das empresas ao comércio internacional, e por meio das modificações<br />
efetuadas pelo governo, na política macroeconômica, tendo-se em vista as necessidades<br />
político-institucionais e internacionais.