Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga
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104<br />
ECONOMIA VERDE<br />
Desafios e<br />
oportuni<strong>da</strong>des<br />
O Brasil e a economia<br />
verde: fun<strong>da</strong>mentos e<br />
estratégia de transição<br />
Cláudio R. Frischtak<br />
Observa-se na Figura 4 que, de modo geral, para existirem ou ganharem<br />
escala, essas ativi<strong>da</strong>des necessitam de uma oferta estrutura<strong>da</strong>, pois não há<br />
solução “pura” de mercado, a exemplo de transporte de massa eficiente e de<br />
baixo impacto – ferroviário, metroviário, bondes, BRT. Esses sistemas, que<br />
facilitam a acessibili<strong>da</strong>de na rede de ci<strong>da</strong>des, são críticos para a mobili<strong>da</strong>de<br />
intra-urbana. Se bem que inovações tais como o carro elétrico devam ser<br />
encara<strong>da</strong>s como um avanço, as ci<strong>da</strong>des só serão efetivamente sustentáveis<br />
se irriga<strong>da</strong>s por sistemas eficientes de transporte de massa. Já no caso de<br />
saneamento básico, sua viabili<strong>da</strong>de econômica geralmente depende do nível<br />
de ren<strong>da</strong> dos usuários (além do custo de investimento).<br />
As fragili<strong>da</strong>des dos sistemas de transportes e saneamento e o baixo grau<br />
de a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des ao seu entorno natural exigem o desenho de uma<br />
estratégia específica, de modo a torná-los sustentáveis. Deve-se considerar o<br />
alto grau de urbanização do país, seu impacto sobre a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e o<br />
fato de que a intervenção do setor público tanto no âmbito dos investimentos<br />
quanto <strong>da</strong> normatização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des urbanas parece essencial (Figura 5).<br />
A Figura 5 sugere a importância de políticas ativas para a sustentabili<strong>da</strong>de<br />
dos sistemas de transporte e saneamento, com especial ênfase no transporte de<br />
massa. As regiões metropolitanas necessitam de um planejamento integrado no<br />
plano <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de, assim como na questão do saneamento.<br />
Isso deve ser tratado por um órgão de planejamento metropolitano e com poderes<br />
de alocação de recursos, respeitando os processos de consulta à socie<strong>da</strong>de.<br />
Os investimentos voltados para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população<br />
urbana são elevados e o interesse coletivo deve ser o critério dominante nas<br />
decisões de investimento no que diz respeito à alocação de recursos.<br />
Figura 5<br />
Redes de ci<strong>da</strong>des sustentáveis na transição para a economia verde<br />
MERCADO<br />
OFERTA<br />
ESTRUTURADA<br />
sANEAMENTO (5)<br />
Nº 8 • Junho 2011<br />
DEMANDA<br />
INDUZIDA ESPONTÂNEA<br />
TRANSPORTE CICLOVIÁRIO (7)<br />
CARRO ELÉTRICO (6)<br />
TREM ALTA VELOCIDADE<br />
TRANSPORTE<br />
METROVIÁRIO (2)<br />
BUSRAPID TRANSIT<br />
TRANSPORTE FERROVIÁRIO METROVIÁRIO (3)