Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga
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9<br />
ECONOMIA VERDE<br />
Desafios e<br />
oportuni<strong>da</strong>des<br />
Resumo executivo<br />
Eduardo Viola apresenta um panorama <strong>da</strong>s atuais circunstâncias internacionais<br />
em termos de transição para uma economia verde com foco em seu<br />
caráter de baixo carbono. A partir de <strong>da</strong>dos recentes <strong>da</strong>s emissões de GEE<br />
<strong>da</strong>s grandes e médias potências, Viola expõe as principais políticas e medi<strong>da</strong>s<br />
que esses grupos de países têm praticado, apontando perspectivas de futuro<br />
com base na atual con<strong>jun</strong>tura. As grandes potências, Estados Unidos, China<br />
e União Europeia, reúnem os países que: possuem eleva<strong>da</strong> participação nas<br />
emissões mundiais, detêm forte capital tecnológico e humano para a descarbonização<br />
<strong>da</strong> economia e têm poder de veto nos acordos internacionais. As<br />
médias potências, entre elas Índia e Brasil, possuem atuação limita<strong>da</strong> nos<br />
aspectos considerados. Um exercício semelhante é feito para a América do Sul<br />
em particular, onde é destacado o triplo efeito negativo do desmatamento na<br />
região (per<strong>da</strong> de patrimônio natural, informali<strong>da</strong>de e desmoralização pública)<br />
e posição favorável <strong>da</strong> região, cujas economias não são tão extensamente<br />
basea<strong>da</strong>s em combustíveis fósseis – com algumas exceções. O autor ain<strong>da</strong> faz<br />
um levantamento dos principais vetores tecnoeconômicos <strong>da</strong> transição para o<br />
baixo carbono. Conclui com uma reflexão sobre perspectivas futuras.<br />
Márcia Tavares faz um levantamento <strong>da</strong>s principais contribuições <strong>da</strong><br />
CEPAL no âmbito <strong>da</strong> economia verde, tanto pelo seu papel na elaboração de<br />
documentos e condução de pesquisas quanto pela sua função de articular<br />
politicamente os países <strong>da</strong> América Latina e do Caribe nas discussões internacionais.<br />
A autora descreve, em ordem cronológica, os documentos produzidos,<br />
contextualizando-os política e historicamente. Tavares argumenta que esses<br />
documentos permitem avaliar a complexi<strong>da</strong>de dos problemas ambientais <strong>da</strong><br />
região e sua estreita ligação com estruturas e processos econômicos e sociais,<br />
passo imprescindível para avançar na solução dos problemas ambientais,<br />
econômicos e sociais <strong>da</strong> região. Conclui que, para uma transição efetiva para<br />
uma economia verde na América Latina, são necessárias a articulação entre<br />
atores e instituições em diferentes esferas, a remoção <strong>da</strong>s barreiras à mu<strong>da</strong>nça<br />
e instituições fortes e permanentes que privilegiem o sustentável.<br />
Nº 8 • Junho 2011<br />
Clóvis Zapata destaca o papel do crescimento inclusivo para a transição<br />
para uma economia verde nos países em desenvolvimento. O autor parte <strong>da</strong><br />
constatação de que há convergências entre o conceito de economia verde<br />
do PNUMA e o conceito de crescimento inclusivo. Defende uma abor<strong>da</strong>gem<br />
holística, na qual a transição para uma economia verde deve ser pensa<strong>da</strong> e<br />
planeja<strong>da</strong> de acordo com suas várias dimensões (ambiental, social, econômica,<br />
política etc.), as quais têm tempos e janelas de oportuni<strong>da</strong>de diferentes,<br />
o que deve ser apropria<strong>da</strong>mente levado em consideração. Argumenta que as<br />
políticas de cunho social e as políticas de cunho ambiental não têm se articulado<br />
suficientemente, quando deveriam agir em complementari<strong>da</strong>de. Afirma<br />
que são necessárias políticas estrutura<strong>da</strong>s de fomento, o que é exemplificado<br />
pela análise do caso do Programa Brasileiro de Biodiesel. Sinaliza para a