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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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47<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

Perspectivas<br />

internacionais para<br />

a transição para uma<br />

economia verde de<br />

baixo carbono<br />

Eduardo Viola<br />

emissões de Espanha, Portugal, Grécia e dos países do Leste Europeu (ain<strong>da</strong><br />

que estes últimos estejam abaixo de sua linha de base de 1990).<br />

As principais lideranças políticas <strong>da</strong> União Europeia dos últimos anos<br />

têm estado a favor de uma ação incisiva para mitigar o aquecimento global,<br />

destacando-se os governos e opiniões públicas do Reino Unido, Alemanha,<br />

Suécia, França e Dinamarca, acompanhados – embora com menos ênfase –<br />

pela Holan<strong>da</strong>, Bélgica e Finlândia. Contudo, a crise econômica de 2008-9 e<br />

a consequente instabili<strong>da</strong>de na eurozona erodiram fortemente a capaci<strong>da</strong>de<br />

europeia de liderar a transição para uma economia verde.<br />

A China emite 6,5 bilhões de tonela<strong>da</strong>s de carbono equivalente por ano,<br />

correspondente a 24% <strong>da</strong>s emissões globais, 6 tonela<strong>da</strong>s per capita e 1,5<br />

tonela<strong>da</strong>s de carbono por ca<strong>da</strong> US$ 1.000 do PIB. Trata-se de uma economia<br />

muito intensiva em carbono devido à sua matriz energética fortemente basea<strong>da</strong><br />

em carvão e petróleo e, nota<strong>da</strong>mente, à sua baixa eficiência energética.<br />

Mesmo que a intensi<strong>da</strong>de de carbono do seu PIB esteja caindo 5% ao ano<br />

na última déca<strong>da</strong>, o país ain<strong>da</strong> detém uma intensi<strong>da</strong>de de carbono 9 vezes<br />

superior à do Japão e 4 vezes superior à dos EUA. Contrariando o senso comum,<br />

as emissões per capita <strong>da</strong> China são médias e não baixas. O custo de<br />

redução de emissões <strong>da</strong> China é alto no caso de se continuar com o modelo<br />

atual de industrialização, mas seria viável com reorientação para um modelo<br />

mais baseado no mercado interno com crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, em lugar<br />

do modelo baseado na expansão exportadora. No ano de 2007, as emissões<br />

mundiais de gases estufa cresceram 3,3% em relação a 2006 e 50% desse<br />

crescimento ocorreram na China, sendo que, por sua vez, 2/3 do crescimento<br />

na China ocorrem por causa <strong>da</strong> queima de carvão. Mais importante ain<strong>da</strong> que<br />

reduzir o consumo de petróleo para o mundo é a redução <strong>da</strong> queima de carvão<br />

e, para isso, é decisiva uma drástica mu<strong>da</strong>nça na forma como o carvão chinês<br />

(e também o indiano) é consumido. As tecnologias de captura e sequestro de<br />

carbono, de carvão limpo e a energia nuclear são muito importantes para a<br />

China.<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

A posição do governo chinês – nas políticas energéticas e climáticas nacionais,<br />

bem como nas negociações internacionais – foi negligente até 2006, mas<br />

a partir de então houve mu<strong>da</strong>nças basea<strong>da</strong>s na avaliação <strong>da</strong> vulnerabili<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> China à mu<strong>da</strong>nça climática. O governo incentivou fortemente o crescimento<br />

<strong>da</strong> energia eólica e solar e anunciou seu objetivo de reduzir o ritmo<br />

do crescimento <strong>da</strong>s emissões. Esse objetivo refletiu-se no Plano Nacional de<br />

Mu<strong>da</strong>nças Climáticas e no pacote de estímulo econômico anticrise aprovado<br />

em novembro de 2008, com uma proporção de 35% do gasto público orientado<br />

para a transição para uma economia de baixo carbono. Existe na China uma<br />

clivagem entre forças globalistas e forças nacionalistas, sendo que o poder <strong>da</strong>s<br />

primeiras cresce continuamente e elas mostram-se crescentemente orienta<strong>da</strong>s<br />

a mu<strong>da</strong>r a posição chinesa no sentido <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de global. Contudo,

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