Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga
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ECONOMIA VERDE<br />
Desafios e<br />
oportuni<strong>da</strong>des<br />
Resumo executivo<br />
fazem-se necessários, como, por exemplo, a institucionalização do REDD.<br />
Além disso, na prática, o avanço legislativo ain<strong>da</strong> repercute timi<strong>da</strong>mente.<br />
Nesse sentido, as contradições entre as políticas do governo brasileiro são<br />
especialmente relevantes.<br />
Peter H. May levanta a questão dos mecanismos de mercado para uma<br />
economia verde. May afirma que, desde a perspectiva <strong>da</strong> economia ecológica,<br />
os instrumentos de gestão dos recursos naturais baseiam-se em duas<br />
variáveis: a insubstituibili<strong>da</strong>de relativa do recurso em questão e sua resiliência<br />
(capaci<strong>da</strong>de de recuperar-se do estresse, ou <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção). O autor afirma,<br />
sem desconhecer a dificul<strong>da</strong>de de conhecê-las com precisão, que essas duas<br />
variáveis revelam, sem lançar mão de artifícios de valoração pelo mercado, os<br />
condicionantes biofísicos <strong>da</strong> intervenção humana. Argumenta que mecanismos<br />
de comando e controle podem conduzir a regulação direta dos recursos,<br />
estabelecendo tetos para seu nível de uso apropriado (que pode ser nulo).<br />
Estabelecidos os caps, o mercado pode agir de maneira a atingir a alocação<br />
eficiente (trade). O autor analisa especificamente os instrumentos de PSA e<br />
de REDD. Conclui que mecanismos de mercado devem assumir um papel<br />
importante na transição para uma economia verde, de forma que esse papel<br />
seja mediado por uma regulação definidora dos critérios de acesso e controle<br />
sobre os recursos naturais, refletindo-se em limites biofísicos amparados nas<br />
ciências e em ampla e prévia consulta às populações que dependem de tais<br />
recursos para seu sustento.<br />
Nº 8 • Junho 2011<br />
Ronaldo Seroa <strong>da</strong> Motta apresenta o tema <strong>da</strong> valoração e <strong>da</strong> precificação<br />
dos recursos ambientais para uma economia verde. Argumenta que, devido<br />
à falta de segurança nos direitos de proprie<strong>da</strong>de e de uso dos recursos naturais,<br />
as externali<strong>da</strong>des não são totalmente capta<strong>da</strong>s pelo sistema de preços,<br />
que acaba tornando-se imperfeito, o que conduz a alocações ineficientes<br />
desses recursos. Seroa <strong>da</strong> Motta expõe os componentes do Valor <strong>Econ</strong>ômico<br />
do Recurso <strong>Ambiental</strong> (VERA): o valor de uso (uso direto, uso indireto<br />
e de opção) e o valor de não-uso (ou de existência). Também apresenta as<br />
categorias de serviços ambientais (de provisão, de regulação, de suporte e<br />
culturais), relacionando-as com os componentes do VERA. O autor expõe os<br />
métodos de valoração econômica do meio ambiente, que podem ser agrupados<br />
em métodos <strong>da</strong> função de produção ou métodos <strong>da</strong> função de deman<strong>da</strong>,<br />
apresentando a complexi<strong>da</strong>de que tais exercícios envolvem. Seroa <strong>da</strong> Motta<br />
analisa as possibili<strong>da</strong>des de internalização <strong>da</strong>s externali<strong>da</strong>des ambientais<br />
através de cobrança e <strong>da</strong> criação de mercados. Conclui com uma avaliação<br />
dos limites e <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> valoração e <strong>da</strong> precificação econômica<br />
do meio ambiente.<br />
Mário Sérgio Vasconcelos analisa o papel <strong>da</strong>s instituições financeiras na<br />
transição para uma economia verde. O autor argumenta que a partir dos anos<br />
1990 uma série de compromissos voluntários e auto-regulações têm sido imple-