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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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168<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

A transição para uma<br />

economia verde no<br />

direito brasileiro:<br />

perspectivas e desafios<br />

Carlos Teodoro J.<br />

Hugueney Irigaray<br />

quências <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas e <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de mitigação e a<strong>da</strong>ptação<br />

necessárias.<br />

Nesse contexto o Brasil, que assumiu compromissos internacionais de<br />

redução em suas emissões, sobretudo aquelas decorrentes dos desmatamentos<br />

ilegais e queima<strong>da</strong>s, corre risco de assistir a uma escala<strong>da</strong> no avanço do<br />

desmatamento, se ceder às pressões para flexibilizar sua lei florestal.<br />

Reverter esse quadro pressupõe, portanto, não apenas medi<strong>da</strong>s de comando-e-controle<br />

e ajustes do gerenciamento ambiental no setor florestal, mas<br />

também medi<strong>da</strong>s econômicas que possibilitem o realinhamento de incentivos<br />

econômicos em favor <strong>da</strong> conservação dos ativos florestais e a estruturação<br />

de uma economia de base florestal com o fomento de meios de subsistência<br />

alternativos atraentes para a população que depende desses recursos (Irigaray,<br />

2010).<br />

Dentre os instrumentos econômicos, o pagamento pelos serviços ecológicos<br />

prestados pela floresta desempenha um papel relevante na construção de alternativas<br />

para conter o desmatamento e a degra<strong>da</strong>ção desses ecossistemas.<br />

Nesse sentido, a implementação de uma política de REDD no Brasil revela-se<br />

uma alternativa consistente, <strong>da</strong><strong>da</strong> a magnitude <strong>da</strong>s emissões do desmatamento<br />

e o baixo custo de redução dessas emissões, desempenhando um papel muito<br />

importante na estratégia global de redução de emissões de gases do efeito<br />

estufa (Myers, 2009).<br />

Infelizmente, a exigência <strong>da</strong> utilização sustentável dos recursos naturais,<br />

em nosso país, embora constitucionalmente assegura<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> não logrou<br />

encontrar na política ambiental mecanismos consistentes que permitam sua<br />

real implementação. Isso ocorre porque a exigência de um gerenciamento<br />

que considere a capaci<strong>da</strong>de de suporte dos ecossistemas e não comprometa<br />

a disponibili<strong>da</strong>de dos mesmos para as gerações futuras trata-se de meta que<br />

somente se concretiza se articula<strong>da</strong> com outras políticas públicas, especialmente<br />

econômicas, orienta<strong>da</strong>s para a mesma finali<strong>da</strong>de.<br />

Além disso, nenhum país consegue produzir e melhorar sua quali<strong>da</strong>de ambiental<br />

sem que o poder público consiga coibir práticas insustentáveis e incentivar<br />

as boas condutas ambientais e o uso sustentável dos recursos naturais.<br />

Para isso nosso país precisa superar esse quadro de vulnerabili<strong>da</strong>de institucional<br />

e fortalecer a implementação do marco regulatório existente, integrando<br />

principalmente as políticas agropecuárias com a proteção do meio ambiente,<br />

como condição para assegurar a transição para uma economia verde.<br />

Nº 8 • Junho 2011

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