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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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112<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

trata do surgimento <strong>da</strong>s questões ambientais enquanto resultado do processo<br />

de produção econômica. A segun<strong>da</strong> abor<strong>da</strong> questões pertinentes <strong>da</strong> relação<br />

entre inovação e meio ambiente, focando nos fatores que influenciam na capacitação<br />

<strong>da</strong>s empresas para se tornarem inovadoras. A terceira apresenta<br />

os resultados de pesquisas sobre o comportamento ambiental <strong>da</strong>s empresas<br />

brasileiras, principalmente no que tange ao investimento ambiental.<br />

Inovação e<br />

tecnologia para uma<br />

economia verde:<br />

questões fun<strong>da</strong>mentais<br />

Maria Cecília Junqueira<br />

Lustosa<br />

1. Qu e s t õ e s a m b ie n t a i s e a p r o d u ç ã o e c o n ô m ic a<br />

A partir <strong>da</strong> Revolução Industrial do final do século 18, o desenvolvimento<br />

econômico e tecnológico baseado no uso intensivo de matérias-primas e<br />

energia aumentou a veloci<strong>da</strong>de de utilização de recursos naturais. Da<strong>da</strong> a<br />

abundância desses recursos, a questão <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de do sistema econômico<br />

– ou seja, a manutenção <strong>da</strong>s condições para seu bom desenvolvimento,<br />

não esgotando os recursos de que necessita e deixando-os disponíveis em<br />

boa quali<strong>da</strong>de para uso futuro – não ficou no centro <strong>da</strong>s preocupações dos<br />

economistas durante muitas déca<strong>da</strong>s.<br />

Mais de um século e meio depois do início do processo de industrialização<br />

e do surgimento dos sistemas de produção agropecuários, é que a questão<br />

<strong>da</strong> finitude dos recursos naturais, vista como ameaça ao crescimento <strong>da</strong>s<br />

economias modernas, entra definitivamente na agen<strong>da</strong> de pesquisa dos<br />

economistas.<br />

Além <strong>da</strong> utilização intensiva dos recursos naturais, os rejeitos dos processos<br />

produtivos lançados no meio ambiente resultaram no acúmulo de poluentes<br />

acima <strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong>de de suporte, gerando a poluição. Esta passa de uma<br />

dimensão local – degra<strong>da</strong>ção dos corpos hídricos, dos solos e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />

do ar – para uma dimensão regional – chuvas áci<strong>da</strong>s – e global – mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas e depleção <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> de ozônio.<br />

A depleção dos recursos naturais e a poluição são problemas ambientais<br />

resultantes <strong>da</strong>s ações antrópicas, que também levam à per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de,<br />

gerando desequilíbrios nos ecossistemas e fazendo com que percam parte de<br />

suas funções biológicas e sociais. Esse con<strong>jun</strong>to de problemas é denominado<br />

de “questão ambiental”. Seus efeitos negativos sobre o meio ambiente são<br />

resultados de decisões e ações passa<strong>da</strong>s, sugerindo uma interdependência<br />

temporal (path dependence), revelando um processo de mu<strong>da</strong>nças contínuas e<br />

evidenciando incertezas em relação ao conhecimento dos impactos ambientais<br />

resultantes do crescimento econômico.<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

A hipótese de que a capaci<strong>da</strong>de de suporte do planeta estava chegando<br />

ao seu limite, seja pela quanti<strong>da</strong>de de poluentes lançados no ambiente ou<br />

pela exaustão dos recursos naturais, <strong>da</strong>ta do final dos anos 1960. Travaramse<br />

intensos debates nos meios político, acadêmico e social, incorporando o<br />

discurso do movimento ambientalista, que apontava para a incompatibili<strong>da</strong>de

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