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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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161<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

A transição para uma<br />

economia verde no<br />

direito brasileiro:<br />

perspectivas e desafios<br />

Carlos Teodoro J.<br />

Hugueney Irigaray<br />

isso significa que a proporção de 23,1% dos moradores rurais atendidos por<br />

saneamento adequado é inferior à <strong>da</strong> zona rural do Afeganistão (25%), também<br />

de acordo com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> ONU.<br />

Outro aspecto igualmente relevante, no que se refere à pobreza e falta de<br />

saneamento, é o fato de que menos de 50% do esgoto sanitário produzido no<br />

Brasil é coletado e apenas 1/3 desse total é efetivamente tratado. Como consequência,<br />

segundo o Ministério <strong>da</strong> Saúde, 65% <strong>da</strong>s internações hospitalares<br />

decorrem <strong>da</strong> inadequação desses serviços, contabilizando-se anualmente<br />

cerca de 50 mil mortes de crianças no Brasil (Irigaray e Rios, 2005).<br />

Como consequência, “a falta de soluções adequa<strong>da</strong>s para a coleta e o baixo<br />

índice de tratamento dos esgotos domésticos são os principais responsáveis<br />

pela poluição dos recursos hídricos no Brasil, problema que se faz sentir de<br />

forma mais agu<strong>da</strong> em municípios densamente povoados de regiões metropolitanas<br />

e ci<strong>da</strong>des de grande e médio porte”, afirma o relatório do IPEA.<br />

Ora, não é dificil estabelecer a relação entre a pobreza e o desenvolvimento<br />

insustentável. É notório que a proporção <strong>da</strong> população sem acesso a água<br />

potável e esgotamento sanitário, ou em moradias precárias tem relação direta<br />

com a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e a saúde <strong>da</strong> população e, portanto, com a sustentabili<strong>da</strong>de<br />

ambiental.<br />

Nesse sentido, o Programa <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para os Assentamentos<br />

Humanos destaca no documento “The state of the world’s cities 2006/2007” 10<br />

que há uma correlação positiva entre as condições de moradia e indicadores<br />

de desenvolvimento humano. O referido relatório observa que a existência de<br />

uma ou mais inadequações habitacionais ameaça a saúde, a educação e as<br />

oportuni<strong>da</strong>des de emprego dos moradores de assentamentos precários: eles<br />

passam mais fome, têm poucas chances de conseguir um emprego bem remunerado<br />

no setor formal, têm menor nível educacional, são mais vulneráveis a<br />

doenças e morrem mais cedo do que o resto <strong>da</strong> população urbana. Conforme<br />

enfatiza o documento, “o lugar de moradia importa”.<br />

Por isso mesmo, superar esse quadro de injustiça socioambiental constituise<br />

em priori<strong>da</strong>de para a transição rumo a uma economia verde, em que o<br />

crescimento econômico se dê em bases sustentáveis.<br />

2.2 O avanço do desmatamento<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

De acordo com o relatório do IPCC, a diminuição <strong>da</strong> cobertura florestal, em<br />

consequência dos desmatamentos e conversões para usos alternativos do<br />

solo, bem como a degra<strong>da</strong>ção associa<strong>da</strong> ao corte seletivo de espécies, queima<strong>da</strong>s<br />

e outras práticas que ocasionam a per<strong>da</strong> de estoques remanescentes<br />

10. UNCHS (2006).

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