Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga
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ECONOMIA VERDE<br />
Desafios e<br />
oportuni<strong>da</strong>des<br />
Resumo executivo<br />
para um paradigma organizado em torno do enraizamento ambiental do desenvolvimento<br />
rural, está em consonância com a transição para uma economia<br />
verde. A agricultura moderna, intensiva no uso de recursos naturais, gera muita<br />
ren<strong>da</strong>, porém poucos empregos. Favareto apresenta as principais características<br />
<strong>da</strong> nova rurali<strong>da</strong>de e faz uma análise <strong>da</strong> situação no Brasil, identificando<br />
que aqui, como no resto do mundo, a agricultura tem uma tendência declinante<br />
em relação às demais ativi<strong>da</strong>des e que as regiões rurais não experimentam<br />
mais um movimento generalizado de êxodo, mas uma heterogeneização do<br />
seu perfil demográfico, com elevação <strong>da</strong> escolarização e maior diferenciação<br />
social. Conclui com ideias para uma agen<strong>da</strong> de alinhamento desse novo ciclo<br />
com a transição para uma economia verde.<br />
Bastiaan P. Reydon faz uma análise <strong>da</strong>s causas e soluções do desmatamento<br />
na Amazônia. Reydon parte <strong>da</strong> apresentação de <strong>da</strong>dos sobre o desmatamento<br />
na Amazônia. O autor levanta as principais causas atribuí<strong>da</strong>s a esse desmatamento.<br />
Reydon argumenta que o desmatamento decorre <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
tradicional forma de expansão <strong>da</strong> fronteira agrícola brasileira, que, em geral,<br />
segue as seguintes etapas: ocupação de terras virgens (priva<strong>da</strong>s ou públicas),<br />
extração <strong>da</strong> madeira de lei, instalação <strong>da</strong> pecuária e, por fim, desenvolvimento<br />
de agropecuária moderna. Reydon propõe que a especulação com a terra é o<br />
principal motor do desmatamento <strong>da</strong> floresta amazônica, apresentando <strong>da</strong>dos<br />
empíricos de que o desmatamento está associado à valorização <strong>da</strong> terra. O<br />
autor faz uma análise <strong>da</strong> situação fundiária na Amazônia em suas diversas<br />
categorias, apontando para a incapaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> governança do Estado brasileiro<br />
sobre as terras <strong>da</strong> região. Avalia as razões pelas quais a questão fundiária<br />
não é apropria<strong>da</strong>mente trata<strong>da</strong> no país, recuperando a evolução histórica do<br />
quadro institucional brasileiro relacionado. Reydon conclui que uma governança<br />
adequa<strong>da</strong>, participativa e efetiva é condição necessária, porém insuficiente,<br />
para conter o desmatamento na região.<br />
Nº 8 • Junho 2011<br />
Carlos Teodoro Irigaray traz uma análise <strong>da</strong>s perspectivas e desafios do<br />
direito brasileiro na transição para uma economia verde. Irigaray parte de<br />
uma contextualização <strong>da</strong> economia verde no âmbito do desenvolvimento<br />
sustentável. O autor argumenta que, sob a perspectiva jurídica, a transição<br />
para uma economia verde requer medi<strong>da</strong>s que envolvem a estruturação de um<br />
sistema que possa efetivamente orientar as políticas públicas, combinando o<br />
emprego de instrumentos econômicos e mecanismos de comando-e-controle,<br />
que, necessariamente, devem estar informados por alguns princípios éticos<br />
entre os quais destaca a justiça ambiental e a equi<strong>da</strong>de intra e intergeracional.<br />
Identifica, no contexto brasileiro, três principais desafios para a transição: pobreza,<br />
desmatamento e agropecuária. Afirma que o Brasil já detém um marco<br />
regulatório sólido, destacando o reconhecimento do direito fun<strong>da</strong>mental ao meio<br />
ambiente ecologicamente equilibrado, associado ao dever do poder público e<br />
<strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong>de de defender e preservar esse direito. To<strong>da</strong>via, alguns ajustes