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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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134<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

<strong>Econ</strong>omia verde e<br />

um novo ciclo de<br />

desenvolvimento rural<br />

Arilson Favareto<br />

exportação de bens primários, eventualmente industrializados, e outras onde<br />

a economia está assenta<strong>da</strong> nos deslocamentos de ren<strong>da</strong>s gera<strong>da</strong>s e obti<strong>da</strong>s<br />

nas ci<strong>da</strong>des. Essa divisão encontra certa correspondência em características<br />

naturais, como o relevo, sendo planícies e planaltos característicos no primeiro<br />

caso e proximi<strong>da</strong>de de colinas e montanhas no segundo. Essa divisão parece<br />

ter sido influencia<strong>da</strong> diretamente pela evolução de todo um leque de fenômenos<br />

relacionados ao turismo, por sua vez estreitamente determinado pelo<br />

aumento do tempo livre e <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e, por consequência, também do aumento<br />

<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de lazer de crescentes estratos e cama<strong>da</strong>s sociais. Além <strong>da</strong><br />

conservação do patrimônio natural, que está na raiz deste tipo de fenômeno, e<br />

<strong>da</strong> exploração econômica <strong>da</strong>s decorrentes ameni<strong>da</strong>des, cuja maior expressão<br />

é a ativi<strong>da</strong>de turística, o mesmo estudo mostra também que há um terceiro<br />

vetor de valorização <strong>da</strong> rurali<strong>da</strong>de: a exploração de novas fontes de energia.<br />

Claro que a agricultura de commodities continua tendo um peso enorme<br />

na conformação dos espaços rurais e, igualmente, que ativi<strong>da</strong>des terciárias<br />

sempre existiram nesse meio. O que destacam Galston & Baehler (1995) e<br />

<strong>Veiga</strong> (2006) é a ênfase crescente nesse segundo con<strong>jun</strong>to, tanto em termos<br />

de pessoas ocupa<strong>da</strong>s, como de riqueza gera<strong>da</strong>, mas, principalmente, naquilo<br />

que ele traz de novo para as instituições volta<strong>da</strong>s ao desenvolvimento rural:<br />

a importância crescente <strong>da</strong> natureza e dos valores não diretamente monetizáveis.<br />

Neste quadro de mu<strong>da</strong>nça de vantagens comparativas, uma constatação<br />

incontornável é a de que nem to<strong>da</strong>s as locali<strong>da</strong>des rurais têm as mesmas<br />

condições de experimentar um processo de desenvolvimento baseado na exploração<br />

de suas ameni<strong>da</strong>des. A baixa densi<strong>da</strong>de populacional, característica<br />

básica desses espaços, é um complicador para a diversificação econômica.<br />

O perfil demográfico e as características do tecido social, marca<strong>da</strong>mente <strong>da</strong>s<br />

áreas rurais estagna<strong>da</strong>s ou <strong>da</strong>quelas que perdem população, são outros: há<br />

uma fragili<strong>da</strong>de dos laços sociais externos, carência de oportuni<strong>da</strong>des locais,<br />

baixa expectativa quanto às possibili<strong>da</strong>des de mobili<strong>da</strong>de social e de ampliação<br />

<strong>da</strong>s interações. Distância de centros urbanos também pode se converter em<br />

desvantagem pelo aumento nos custos de informação e transporte.<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

Por isso, <strong>jun</strong>to à ênfase nos atributos específicos desses territórios, a literatura<br />

disponível chama igualmente atenção para a forma de inserção dessas locali<strong>da</strong>des<br />

no espaço extra-local (Jacobs, 1984; Veltz, 2003), ou, como preferem<br />

alguns autores, para a relação <strong>da</strong>s regiões rurais com as ci<strong>da</strong>des ou com outras<br />

partes do mundo. Nessa visão, é a economia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de que mol<strong>da</strong> a economia<br />

<strong>da</strong>s regiões rurais. E isso acontece pela exportação de produtos primários, pela<br />

atração de ativi<strong>da</strong>des de transformação, ou pela captação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> de setores<br />

urbanos, como aposentados ou profissionais liberais, estes em busca de segun<strong>da</strong><br />

residência, ou via ativi<strong>da</strong>des turísticas. O fato é que, quanto mais estreitas forem<br />

essas relações, mais chance de prosperi<strong>da</strong>de elas têm.

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