Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga
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108<br />
ECONOMIA VERDE<br />
Desafios e<br />
oportuni<strong>da</strong>des<br />
O Brasil e a economia<br />
verde: fun<strong>da</strong>mentos e<br />
estratégia de transição<br />
inicial, pode se tornar auto-sustentável, e eventualmente rentável o suficiente<br />
para dispensar subsídios governamentais.<br />
Em síntese, a proteção dos ecossistemas, os sistemas de transporte e saneamento,<br />
a energia e os resíduos podem ser integrados em uma economia<br />
verde envolvendo de forma limita<strong>da</strong> as iniciativas de governo, que podem ter<br />
caráter temporário. A análise acima aponta que parte considerável do PIB <strong>Verde</strong><br />
já se prefigura no quadrante I. Isso indica que há soluções de mercado, mas<br />
muitas são incipientes e outras nem mesmo existem. A expansão de muitas<br />
dessas ativi<strong>da</strong>des irá depender de políticas ativas, ain<strong>da</strong> que esse apoio possa<br />
ser apenas temporário.<br />
Cláudio R. Frischtak<br />
Es t r a t é g ia d e t r a n s iç ã o<br />
A operacionalização <strong>da</strong> estratégia de transição para uma economia verde<br />
supõe estabelecer uma agen<strong>da</strong> de governo <strong>da</strong> economia verde. Essa agen<strong>da</strong><br />
se desdobraria em:<br />
Primeiro, a constituição de grupo de trabalho ou equivalente envolvendo<br />
não apenas governo, mas universi<strong>da</strong>des e instituições de pesquisa, empresas<br />
e organizações <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, com os seguintes objetivos:<br />
• Identificar, de forma objetiva, critérios gerais de sustentabili<strong>da</strong>de que norteariam<br />
o apoio direto ou indireto do governo a projetos e ativi<strong>da</strong>des.<br />
• Inversamente, definir o que seriam ativi<strong>da</strong>des pre<strong>da</strong>tórias do capital natural<br />
que deveriam ser conti<strong>da</strong>s, tributa<strong>da</strong>s ou desincentiva<strong>da</strong>s.<br />
• Introduzir na Contabili<strong>da</strong>de Nacional a dimensão de sustentabili<strong>da</strong>de no<br />
sentido sugerido pelo relatório Stiglitz, com foco na variação dos estoques<br />
de capital natural.<br />
• Construir gra<strong>da</strong>tivamente indicadores que sirvam para precificar os serviços<br />
dos principais ecossistemas, reconhecendo que esse exercício é experimental<br />
e sujeito a tentativas e erros, e que certos serviços críticos não são<br />
possivelmente mensuráveis em termos econômicos.<br />
• Inventariar as ações de governo (inclusive <strong>da</strong>s empresas públicas) que<br />
afetam direta ou indiretamente a conservação do capital natural do país,<br />
hierarquizando seu impacto.<br />
Nº 8 • Junho 2011<br />
Segundo, e com base nos resultados do esforço empreendido, definir um<br />
marco de referência e um con<strong>jun</strong>to de normas que sirvam de base para uma<br />
reorientação <strong>da</strong>s ações de governo. Vale sublinhar que ain<strong>da</strong> há no país um<br />
amplo con<strong>jun</strong>to de políticas e iniciativas que geram incentivos que promovem<br />
ativi<strong>da</strong>des pre<strong>da</strong>tórias ou sem mérito na perspectiva <strong>da</strong> economia verde.<br />
Deve-se conduzir uma revisão detalha<strong>da</strong> dos programas de governo préinventariados,<br />
assim como dos incentivos tributários, financeiros e outros,